Transporte

Sindicato de empresas de ônibus critica liberação de faixas exclusivas em João Pessoa: "retrocesso"

Faixa exclusiva de ônibus
Foto: Divulgação

João Pessoa - O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de João Pessoa (Sintur-JP) se posicionou contra a liberação das faixas exclusivas para ônibus a todos os veículos, medida temporária adotada pela Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) desde a greve dos motoristas. Para a entidade, a flexibilização representa um “retrocesso” e pode prejudicar a eficiência do transporte público na capital.

Em nota, o Sintur-JP argumentou que a liberação das faixas preferenciais compromete a agilidade dos ônibus e afeta diretamente os passageiros.

“As faixas exclusivas têm um papel fundamental na redução do tempo de deslocamento e na melhoria da mobilidade urbana. Abrir mão desse espaço significa desestimular o uso do transporte público e contribuir para o aumento do congestionamento”, afirmou Isaac Júnior, diretor do sindicato.

A entidade também destacou que a priorização dos ônibus nas vias é uma estratégia adotada em grandes centros urbanos para reduzir a quantidade de veículos particulares em circulação, minimizar emissões de poluentes e garantir maior previsibilidade aos passageiros.

“Enquanto cidades ao redor do mundo investem na ampliação das faixas exclusivas, João Pessoa caminha na contramão, colocando em risco a qualidade do transporte coletivo. Um ônibus transporta, em média, 60 passageiros por viagem, enquanto um carro particular comporta cerca de 1,5 passageiro. Ou seja, cada ônibus evita que aproximadamente 40 carros ocupem as ruas”, reforçou Isaac.

Dados apresentados pelo sindicato apontam que a liberação das faixas já impacta o tempo de deslocamento dos coletivos. Na Avenida Dom Pedro II, por exemplo, onde sete linhas de ônibus operam diariamente, o tempo médio de viagem no trecho de 2,6 km subiu de oito para quase dez minutos, enquanto a velocidade média dos ônibus caiu de 19,5 km/h para 15,6 km/h.

“Esses minutos adicionais dentro dos ônibus fazem diferença na rotina dos trabalhadores, que são os principais prejudicados por essa decisão”, acrescentou Isaac Moreira.

Diante do cenário, o Sintur-JP pediu a revogação imediata da liberação das faixas e cobrou o restabelecimento da prioridade ao transporte coletivo, alinhado às diretrizes nacionais e internacionais de mobilidade urbana.