
Paraíba - Depois de quase cinco anos de impunidade, manobras jurídicas e influência política, Taciana de Araújo Ribeiro Coutinho finalmente será julgada pelo Tribunal do Júri. A ré, acusada de executar friamente o próprio marido, Helton Jonas Maia Silveira, enfrentará o julgamento no dia 28 de abril de 2025, às 08h, no Fórum da Comarca de Sapé.
O crime brutal ocorreu em 10 de abril de 2020, na Fazenda Zumbi, zona rural de Sapé. Segundo a denúncia do Ministério Público do Estado da Paraíba, Taciana disparou quatro tiros contra o marido, sendo o primeiro pelas costas e o último na cabeça, configurando uma verdadeira execução. O assassinato foi cometido por motivo fútil e sem qualquer chance de defesa para a vítima.
Apesar da gravidade do crime, Taciana nunca passou um único dia presa. Desde 2020, gozou de liberdade total, fez viagens internacionais e frequentou eventos esportivos no município de Sapé como se nada tivesse acontecido, zombando da dor da família e da morosidade do sistema judiciário. Enquanto a família da vítima sofria em busca de justiça, a assassina confessa vivia livremente, aproveitando-se de sua posição social privilegiada para protelar o julgamento e manipular o sistema jurídico a seu favor.
A batalha judicial foi longa e repleta de tentativas da ré de escapar do tribunal. No entanto, após sucessivos recursos negados, o trânsito em julgado da decisão de pronúncia foi certificado em 2 de agosto de 2024. Agora, não há mais como fugir: Taciana será julgada pelo povo e terá que encarar as consequências de seus atos.
Os advogados Daniel Alisson e Mirella Cristina, Assistentes de Acusação, manifestaram alívio com a marcação do júri e, ao mesmo tempo, indignação pela demora no processo:
“É revoltante que uma assassina confessa tenha desfrutado de anos de liberdade, enquanto a família da vítima aguardava, angustiada, por justiça. O tempo da Justiça não pode ser o tempo dos poderosos. Mas agora Taciana não tem mais saída: ela responderá por seus atos e pagará pelo sangue derramado“, comentou Alisson.
Com o julgamento finalmente marcado, a expectativa é de que o Tribunal do Júri cumpra seu papel e puna Taciana pelos crimes cometidos, trazendo a justiça que a vítima e sua família esperam há quase meia década. A família de Helton Jonas espera que a sociedade de Sapé não se intimide pelo histórico poderoso da família da ré, que já teve até governador do estado, e que lhe dê a justa condenação. Que essa decisão sirva como um recado claro de que ninguém pode tirar a vida de outra pessoa impunemente e que, perante a lei, ninguém está acima da Justiça.