A cantora gospel e ex-deputada Flordelis, presa desde 13 de agosto de 2021, disse em sua última avaliação psiquiátrica e psicológica que está tendo alucinações e pesadelos.
A defesa pediu que ela fosse avaliada no Hospital Penal Psiquiátrico Roberto Medeiros, no Complexo de Gericinó, no último dia 27 de abril.
Flordelis é acusada de ser a mandante da morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, e será julgada no dia 12 de dezembro deste ano.
Quem fez a avaliação de Flordelis foi o psicólogo Marcos José de Souza Martins e o psiquiatra Mauro Acselrad. Ambos concluíram que não havia motivos para que a ex-parlamentar ficasse internada na unidade psiquiátrica, para onde ela foi apenas para passar pela avaliação. O EXTRA teve acesso aos laudos, que foram anexados ao processo criminal no qual a pastora é ré.
Em seu laudo, o psiquiatra responsável pela avaliação cita que Flordelis relata “escuta alucinatória eventual de longa data”, além de ouvir gritos e a própria voz, mas ressalta não ser certo “tratar-se de alucinações genuínas”. Ele acrescenta que a pastora cita outros problemas, descritos como “reflexos de imagens”, “flashbacks” e pesadelos que teriam se agravado com a prisão. Ela atribui o quadro ao fato de estar mais isolada e ociosa.
Além disso, Floderlis apresentou queixas de sono perturbado, com pesadelos e perda de apetite. No entanto, conforme o psiquiatra atestou, não se observa “atitude ou sinais sugestivos de atividade alucinatória genuína”.
A ex-deputada também disse aos profissionais que teve perda de memória e só se recorda de episódios ocorridos há 29 anos, quando começou a acolher crianças e adolescentes em sua casa na favela do Jacarezinho.
Flordelis ainda relatou um episódio de isquemia cerebral há alguns anos e diz que passou a ter convulsões desde então. Segundo ela, as crises pioraram depois de presa. A pastora também relatou o uso de diversos medicamentos.
“O quadro atual, no que cabe informar a partir deste exame, é de estabilidade emocional. As referências a crises convulsivas carecem de avaliação neurológica, podendo corresponder a episódios dissociativos. Os fenômenos alucinatórios descritos, no meu entender não requerem no momento abordagem medicamentosa diversa da que já faz uso. Entretanto, cabe que seja reavaliada ambulatoriamente, conquanto não haja indicação para que permaneça em regime de internação psiquiátrica, de modo que retornará a sua unidade de origem”, atestou o laudo psiquiátrico.
O profissional atestou que Flordelis evitava falar sobre o assassinato do seu marido e observou sinais de ansiedade quando questionada sobre seu relacionamento com Anderson.
Sobre as condições gerais da ex-parlamentar, o psiquiatra atestou ainda que a pastora “discorre com fluidez acerca dos temas arguidos, demonstrando lucidez, clareza de consciência e orientação global”. Já o psicólogo analisou que a ex-deputada “fala de maneira organizada e coerente, com boa articulação verbal”, além de portar-se de maneira cordial.
Fonte: Polêmica PB
Créditos: Fuxico Gospel