Dois dos três acusados de participarem da morte da vendedora Vivianny Crisley vão à júri popular no dia 16 de maio, às 13h, no Fórum de Santa Rita, na Grande João Pessoa. Fagner das Chagas Silva e Jobson Barbosa da Silva Júnior tiveram o julgamento adiado no dia 28 de fevereiro, porque mudaram os defensores públicos por advogados particulares.
Os dois réus e Allex Aurélio Tomás dos Santos, já condenado a 26 anos de prisão, foram indiciados por homicídio qualificado pelo assassinato de Vivianny. O crime aconteceu no dia 20 de outubro de 2016, em Santa Rita. A jovem passou cerca de três semanas desaparecida, depois de ser vista saindo de um bar na Zona Sul de João Pessoa. A confirmação de que um corpo achado, no dia 7 de novembro, carbonizado, em uma mata em Bayeux, na Grande João Pessoa, era de Vivianny foi feita no dia 14.
A decisão de que o julgamento ocorreria em júri popular ocorreu após uma audiência de instrução e julgamento, no dia 14 de agosto, no Fórum Juiz João Navarro Filho, em Santa Rita, com decisão da juíza Lilian Frassinetti Correia Cananea.
Réu condenado por matar Vivianny Crisley
O júri que aconteceu no dia 28 de fevereiro considerou todos os crimes levantados pelo Ministério Público – homicídio duplamente qualificado, sequestro, ocultação de cadáver e furto qualificado pelo concurso de pessoas. Allex Aurélio, que aguardava o julgamento no Complexo Penitenciário Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, o PB1, em João Pessoa, permanece preso e agora condenado a 26 anos de reclusão em regime fechado. A sentença foi lida por volta das 20h30 pela juíza Lilian Frassinetti Correia Cananea.
O Ministério Público pediu a condenação de Allex por homicídio duplamente qualificado, sequestro, ocultação de cadáver e furto qualificado pelo concurso de pessoas. Segundo o promotor de Justiça Márcio Gondim, eles “mataram por vontade de matar” e “por motivo desproporcional, desmedido”.
Para a promotoria, Vivianny foi golpeada no pescoço e na cabeça com uma chave de fenda pequena e com outra ferramenta maior, uma chave-estrela. Tudo isso dentro do carro, porque ela queria ir embora. Em seguida, os criminosos a levaram para outro lugar, jogaram a gasolina de uma moto por cima do corpo e, junto com um pneu de bicicleta, atearam fogo.
A tese da defesa era que não havia provas periciais de que Allex de fato matou Vivianny. Além disso, ela defendia que a forma que a jovem foi morta não foi cruel. “A perícia concluiu que a ação do fogo ocorreu depois da morte. Não há como utilizar o fogo como um meio cruel para matar a vítima porque não foi o fogo que matou a vítima. O que matou a vítima foram os golpes do Junior”, declarou a defensora pública Neide Vinagre.
Entenda o caso
Vivianny Crisley passou cerca de três semanas desaparecida, desde que foi vista saindo de um bar na Zona Sul de João Pessoa em 20 outubro de 2016. A confirmação de que um corpo achado no dia 7 de novembro carbonizado, em uma mata em Bayeux, na Grande João Pessoa, era de Vivianny foi feita no dia 14. Dois suspeitos foram presos no Rio de Janeiro e outro na Paraíba.
À época em que foram presos e ouvidos, um dos suspeitos confessou que Vivianny Crisley foi morta porque começou a gritar após pegar uma carona com os três homens na saída do bar, segundo versão de um dos acusados, Allex Aurélio Tomás dos Santos, o primeiro a ser preso. A vendedora de 29 anos foi morta com vários golpes de chave de fenda e teve o corpo queimado com ajuda de gasolina e um pneu, segundo perícia do Instituto de Polícia Científica (IPC).
A dupla presa na no dia 21 de novembro de 2016 no Rio de Janeiro, Jobson Barbosa da Silva Júnior, conhecido como Juninho, e Fágner das Chagas Silva, apelidado de Bebé, contou versões semelhantes do caso, mas contraditórias com a que foi dada por Allex no início das investigações.
Segundo eles, o trio conheceu Vivianny na noite do crime, no bar em que eles estavam e de onde saíram de carro para procurar outro lugar onde encerrar a noite. Como não acharam outro bar aberto, foram para a casa de Juninho, em Bayeux, próximo ao local onde o corpo de Vivianny foi encontrado.
Segundo os próprios suspeitos, Juninho e Allex entraram na residência, enquanto Vivianny e Bebé ficaram dentro do carro. Juninho e Allex voltaram com as chaves de fenda e atacaram Vivianny, tiraram gasolina de uma moto, colocaram um pneu de bicicleta em cima do corpo e atearam fogo.
Outra contradição apontada pela polícia no depoimento de Allex é que ele informou ter voltado ao local onde o corpo estava no dia seguinte para tocar fogo no carro usado no crime, que era roubado. Allex disse que foi até o local com um quarto homem, que chegou a ser preso, mas depois a polícia identificou que essa informação não procedia e que ele fez tudo sozinho. Por isso, o delegado vai pedir que a prisão desse quarto homem seja revogada.
De acordo com os depoimentos dos três, a motivação do crime foi mesmo o fato dela ter gritado dentro do carro e ficar ‘perturbando’ o trio para ir para casa.