Investigações da PF em parceria com autoridades europeias descobriram que a máfia italiana ‘NDrangheta, considerada a mais poderosa hoje naquele país, tinha uma base montada em João Pessoa, de onde articulava a compra e venda internacional de drogas.
Nesta terça-feira (10), a PF realizou a operação Conexão Paraíba para cumprir oito mandados de prisão preventiva no Brasil e no exterior (até agora seis foram presos) que atuavam no grupo, que é originário da região da Calábria italiana e tem ramificações em vários países.
Entre 2018 e março de 2024, o grupo teria movimentado cerca de R$ 7 bilhões em transações financeiras ilegais —valores lavados por meio de uma rede de empresas e contas bancárias.
Chefes italianos presos na PB
As investigações sobre a atuação do grupo no estado tiveram início em maio de 2021, com a prisão de dois dos maiores nomes da organização: os italianos Rocco Morabito, conhecido como o “rei da cocaína de Milão” e extraditado para Itália em 2022, e Vincenzo Pasquino.
As investigações avançaram e apontaram que, além de italianos, o grupo contava também com integrantes da máfia albanesa, que atuavam junto com brasileiros na compra das drogas, em especial cocaína, em países da América do Sul.
Segundo a PF, o grupo organizava tudo em João Pessoa por celular, onde faziam toda a logística. Muitas vezes a droga saia de outros países do continente americano —que é o principal fornecedor de cocaína para a Europa.
O destino da droga não era apenas o Velho Continente, mas também havia envio para países como a Austrália, que tem um dos maiores valores da cocaína do mundo.
Por que João Pessoa?
A escolha da base ser em João Pessoa, acredita a PF, não ocorreu porque a droga sairia da capital paraibana. Um fator que explica é que o principal alvo brasileiro da operação é de São Paulo, mas morou muito tempo em João Pessoa —o que ajudava na logística para dar suporte ao grupo.
Ser uma cidade pacata, longe dos maiores centros urbanos do país, também teria contribuído a não chamar a atenção.
Em João Pessoa, a PF mapeou ao menos cinco casas onde o grupo atuava. Segundo a apuração, eles iam passando de ponto a ponto para tentar não chamar a atenção das autoridades.
Para não serem flagrados, eles usavam aplicativos de mensagens de celulares criptografados, ou seja, que não podem ser grampeados.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba