A mãe da menina Rebeca, encontrada morta em 11 de julho de 2011, passou mal e foi atendida na ala de primeiros socorros do Fórum Criminal de João Pessoa. Ela esteve no júri popular, nesta quinta-feira (28), de Edvaldo Soares da Silva, o cabo Edvaldo, acusado de estuprar, matar e enterrar o corpo da menina, sete anos atrás. O julgamento superou as oito horas de duração, com pausas.
Tereza Cristina disse que a sensação era de estar revivendo o dia em que o corpo da filha foi encontrado. “Eles queriam chamar o Samu, porém lembraram que tinha uma equipe médica de plantão (no Fórum Criminal).”
Em depoimento, Edvaldo chorou e negou que tenha assassinado Rebeca. Ele disse que está sendo usado como ‘bode expiatório’. A defesa reafirma sua inocência no caso.
Júri de acusado de matar Rebeca tem cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa
No julgamento, são cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa. Um menino que conhecia Rebeca faltou ao júri. A menina teria contato ao amigo sobre o caso do padrasto com um homem. A vítima também relatou o fato a uma moça que prestou depoimento no tribunal. A jovem contou que Edvaldo já invadiu sua casa, agredia sua mãe e a ameaçou dentro de um ônibus.
Fim de tarde ainda com julgamento
Por volta das 17h desta quinta-feira, foi iniciado o pronunciamento do Ministério Público da Paraíba (MPPB), durante o julgamento de Edvaldo. Conforme o rito do júri popular, após as testemunhas serem ouvidas e haver o interrogatório do réu, o promotor tem direito a uma hora e meia de fala, seguida do mesmo tempo para pronunciamento da defesa. Caso ache necessário, o MP conta, ainda, com mais uma hora para réplica, seguida da tréplica da defesa, que pode ter a mesma duração. Só então, o Conselho de Sentença se reúne para votar pela condenação ou absolvição do réu.
Depois da votação, o juiz vai proferir a sentença. O júri Popular tem a presidência do juiz titular do 1º Tribunal do Júri, Marcos William de Oliveira, e não tem hora definida para a conclusão dos trabalhos.
A morte de Rebeca
No dia 11 de julho de 2011, o corpo de Rebeca foi encontrado na Mata de Jacarapé, às 14h30. À época do crime, Rebeca tinha apenas 15 anos. Ela foi estuprada e assassinada no trajeto entre sua casa e o Colégio da Polícia Militar, em Mangabeira VIII, Zona Sul de João Pessoa. Segundo o processo, o cabo Edvaldo estaria acompanhado de indivíduo ainda não identificado, quando, em tese, teria praticado os crimes.
Pronunciamento do juiz
Na decisão de pronúncia, o juiz Marcos William de Oliveira afirma que “os crimes de homicídio e estupro estão indiscutivelmente materializados, como apontam os laudos de Exame de Corpo de Delito, causa inafastável do evento morte da ofendida”. De acordo com o laudo pericial, a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico, decorrente de ferimento penetrante causado por projétil de arma de fogo. Exames de dosagem alcoólica e toxicológica resultaram em negativo. A defesa do “Cabo Ednaldo” afirma que não existem provas que indiquem a coautoria e pediu a impronúncia do seu cliente.
Pronunciamento do MPPB, em denúncia
Os motivos do crime, segundo a denúncia do Ministério Público, estariam consubstanciados pelo perfil psicológico do réu, voltado à prática de crimes sexuais e pelo fato de ter a vítima descoberto que o Cabo Edvaldo mantinha ligações homossexuais com um homem não identificado. “A vítima foi assassinada sem nenhuma chance de defesa, em forma de execução sumária, com um tiro na região occipital, após sofrer estupro”, diz parte da denúncia do MP, recebida pelo juiz, que, na época, decretou a prisão preventiva do réu, em garantia da ordem pública e da segurança da instrução criminal.
Fonte: Click PB
Créditos: Click PB