INVESTIGAÇÃO

CASO RAFAELA INGRID: jovem relatou na escola que não queria voltar para casa, diz diretora

Foto: divulgação

A jovem que estava desaparecida e foi encontrada morta neste domingo (2), em João Pessoa, teria chorado e relatado na escola onde estudava que não queria voltar para casa. A informação foi revelada pela diretora da unidade escolar à TV Cabo Branco nesta segunda-feira (3).

Segundo Lígia Fernandes, diretora da escola municipal onde Rafaela Ingrid estudava, no bairro dos Bancários, em João Pessoa, na última quarta-feira (29) a estudante estava abalada e teria relatado que não queria voltar para casa.
“Ela me procurou na direção, sentou comigo, desabafou, chorou muito… Na conversa orientei ela que ela buscasse ajuda e que ela pudesse encontrar um local para passar a noite, porque ela estava sem querer voltar pra casa. Perguntei se ela queria conversar com psicólogo e ela disse ‘quero não porque é obrigação da minha família ajudar’. Disse a ela ‘tome água, vá no banheiro, lave o rosto’… Ela voltou para a sala e assistiu aula normalmente”, disse a diretora.

No dia seguinte, a jovem já não retornou mais à escola.
A diretora também disse que ajudou da forma que pôde e que sempre incentivou Rafaela a concluir os estudos. Ela cursava o 9º ano do Ensino Fundamental, e estava fora da faixa correta para a idade.
“O que eu pude fazer para ajudá-la eu fiz… E eu queria que ela terminasse pelo menos o 9º anos para ver se ela tinha algum futuro pra frente”, disse.

Nesta segunda-feira (3) não houve aula na escola em respeito a morte da estudante. Não há informações sobre o velório e sepultamento de Rafaela Ingrid. O corpo segue no Instituto de Polícia Científica (IPC) de João Pessoa.

Investigação

De acordo com a delegada Luísa Correia, da Polícia Civil em João Pessoa, a investigação do crime teve início na última sexta-feira (31) quando houve o registro do desaparecimento de Rafaela Ingrid. Após o corpo ser encontrado, no domingo (2), vários exames de perícia foram realizados.
Nesta segunda-feira (3) a Polícia Civil iniciou o levantamento de possíveis imagens de circuitos de câmera instalados na região onde o corpo foi encontrado, para tentar identificar pessoas que indiquem a autoria do crime. Cerca de três linhas de investigação estão sendo consideradas.

Ainda segundo a delegada, o suspeito que chegou a ser preso foi visto com a vítima, mas não havia depoimento formalizando a informação. O suspeito teria afirmado que esteve com Rafaela, mas disse que ela saiu do local com uma terceira pessoa.

“Essa pessoa informou endereço, se disponibilizou a fornecer outras declarações, outros depoimentos e materiais que fossem necessários e a gente vai esperar a prova técnica pra que nos informe de forma precisa e certa se ele realmente teve participação no homicídio”, explicou a delegada.

A possibilidade da jovem ter sido vítima de violência sexual, assim como a participação de mais de uma pessoa no crime, também está sendo investigada.

Entenda o caso

O corpo de Rafaela foi localizado por ciclistas que passavam perto do local e sentiram um cheiro forte no domingo (2). Eles acionariam a Polícia Militar, que localizou o corpo durante as diligências. Familiares de Rafaela, que também moram na mesma região, reconheceram o corpo.
Conforme o perito Aldenir Lins, o corpo já estava em estado avançado de decomposição. Segundo ele, a provável causa da morte é enforcamento já que a vítima tinha um saco plástico amarrado em volta do pescoço. O estado do cadáver também indica que a morte aconteceu provavelmente no amanhecer da quinta-feira (30), conforme o perito.

Fonte: g1
Créditos: Polêmica Paraíba