Uma família foi vítima do golpe de falso sequestro, que começou na noite de quarta-feira, na Região Leste de Belo Horizonte. O golpe começou por uma idosa, de 73 anos, que acreditou que a filha e a bisneta haviam sido raptadas, foi até um hotel por ordem dos bandidos e ficou cerca de 16 horas em contato com eles por telefone. Enquanto a idosa estava fora de casa, os criminosos armaram para que a família dela acreditasse que a senhora estava em cativeiro. Os bandidos pediram, no total, R$ 30 mil de “resgate”, quantia que não foi paga. Acredita-se que o golpe tenha sido praticado de dentro de uma cadeia, no Rio de Janeiro. Há dois meses, um casal de idosos também foi vítima de estelionatários que anunciavam um suposto sequestro da filha. O homem, de 67, e a mulher, de 69, passaram mais de 36 horas apreensivos e desembolsaram cerca de R$ 300 mil para tentar “salvar” a filha.
O esquema contra a família foi descoberto pela Polícia Civil no fim da manhã de ontem. De acordo com o inspetor Marco Matos, do Departamento de Operações Especiais (Deoesp), por volta das 19h de quarta-feira a idosa, que mora no Bairro Paraíso, na Região Leste de BH, atendeu telefonema de um homem que a fez acreditar que a família estava em perigo. “Ligaram para o celular da idosa dizendo que a bisneta e a filha estavam em poder da quadrilha e que, para liberá-las, eles queriam R$ 20 mil. Os estelionatários determinaram que ela saísse de casa e não desligasse mais o telefone. Ela deixou a residência e ficou em contato com eles até por volta das 11h30, quando nossa equipe conseguiu localizá-la”, explicou o inspetor, em coletiva de imprensa no fim da tarde de ontem.
Criminosos exigiram que a idosa fosse até um shopping sacar o dinheiro. Porém, por causa do horário, ela não conseguiu efetuar a retirada. Com isso, eles ordenaram que ela fosse até um hotel e, antes, deixasse um bilhete com um número de telefone dos bandidos na casa dela. Isso fez com que o resto da família pensasse que ela havia sido sequestrada. A nora da idosa, de 30 anos, que preferiu não se identificar, contou que a família foi surpreendida ao chegar em casa e não encontrá-la: “Íamos viajar hoje (ontem) e combinamos de visitá-la antes disso. Ela estava nos esperando e, como é uma mulher muito organizada, ficamos surpresos de não encontrá-la. Tínhamos certeza de que ela não sairia sem falar nada”, contou. Preocupados, ligaram para o número deixado pela idosa e os bandidos anunciaram o falso sequestro. Como já haviam colhido muitas informações com a senhora, eles fizeram os familiares acreditarem que estavam com ela. Eles pediram R$ 10 mil para libertá-la.
“Infelizmente, as próprias vítimas respondem algumas perguntas desses supostos sequestradores que fazem com que eles tenham ‘munição’ para fazer com que elas acreditem no falso sequestro”, disse o inspetor. “No momento, era praticamente impossível saber que se tratava de golpe. Minha sogra deu muitas informações sobre a bisneta. Mas, pelo jeito que eles diziam, pareciam não conhecer Belo Horizonte. Imaginávamos que eles comandavam o sequestro do Rio de Janeiro”, contou a nora. O filho e a nora tentaram fazer transferências e ficaram durante toda a noite em negociação. Paralelamente, a idosa passou as 16 horas consecutivas com o telefone na orelha. “Ela não conseguiu nem se deitar porque a cama ficava longe da tomada onde carregava o celular para não perder a ligação”, disse o inspetor.
Depois de uma noite em negociação com os criminosos, o filho e a cunhada da idosa chamaram a polícia. Por volta das 11h30, a corporação localizou a idosa em um hotel e a família se reencontrou. “Ela estava com muito medo porque tinha a sensação de ser monitorada”, explicou o inspetor. A polícia acredita que os bandidos estejam em um presídio do Rio de Janeiro. O inspetor reitera que esses golpes são feitos de forma aleatória, portanto, os bandidos não sabem o nome do familiar supostamente sequestrado.
Um casal de idosos de Belo Horizonte também foi vítima de estelionatários, recentemente, que anunciavam um suposto sequestro da filha. O homem, de 67, e a mulher, de 69, desembolsaram cerca de R$ 300 mil para tentar “salvar” a filha.
Fonte: Em.com
Créditos: Polêmica Paraíba