O acusado de matar com 48 facadas a servidora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana de Melo Ferreira, 49 anos, no Sudoeste, vai a júri popular. O feminicídio ocorreu em 21 de dezembro de 2019.
O presidente do Tribunal do Júri de Brasília, juiz Paulo Rogério Santos Giordano, decidiu, nessa segunda-feira (23/11), que Alan Fabiano deverá ser submetido a julgamento pelo júri.
O réu está preso. O magistrado manifestou-se, na decisão, pela permanência do acusado na cadeia para garantia da ordem pública. “Trata-se de indivíduo que esteve sujeito a ordem de afastamento da vítima, e que tão logo obteve a revogação da medida, a teria matado depois de premeditar o crime, demonstrando que, em liberdade, é um perigo à sociedade, incluindo-se parentes da vítima”, assinalou Giordano.
O juiz citou que, em depoimento, o acusado confirmou que esteve no prédio da vítima, mas disse que a servidora se machucou sozinha e que não se recorda se chegou a desferir golpes contra Luciana.
“Assim, as provas são suficientes ao menos para evidenciar que o réu esteve no local dos fatos com a vítima no momento da morte, cabendo aos jurados avaliar se a vítima se suicidou, como em parte de sua narrativa o acusado insinuou, ou se o réu a matou com ao menos 48 golpes de instrumento perfurante”, anotou o magistrado.
Relembre o caso
A cena do crime e os ferimentos em Luciana mostram uma história diferente da versão de Alan. No corpo ensanguentado da vítima, os peritos criminais encontraram 48 perfurações. Vários ferimentos foram sobrepostos e se concentraram na parte cervical posterior, ou seja, a maioria dos golpes foi desferida nas costas, de forma brutal e covarde.
As investigações apontam que Alan ficou de tocaia no quarto andar do prédio. Quando Luciana percebeu a presença do ex-namorado no corredor, tentou bater a porta, mas ele impediu com as mãos e forçou a entrada no apartamento. O assassino chegou a confessar o crime e disse que foi ao local para tentar retomar o relacionamento com a vítima, mas a mulher não quis ouvi-lo.
As mesmas câmeras que flagraram a invasão de Alan também registraram o instante em que ele deixa o local. Vestido com uma calça vermelha, camisa de capuz e com a bolsa da vítima na mão, o assassino desceu os degraus silenciosamente, com cuidado, para não ser visto. Em determinado momento, apressa o passo e deixa o prédio. Os investigadores acreditam que a intenção de carregar consigo os pertences de Luciana era para simular um latrocínio (roubo com morte).
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: METROPOLES