A medida que o tempo vai passando, mudanças vão acontecendo e aquilo que antes parecia apenas possibilidades, hoje é pura realidade! O mercado sucroalcooleiro tem sentido avanços antes jamais imaginado – o Brasil é o maior produtor mundial do complexo sucroalcooleiro, exercendo a liderança em todos os segmentos: cana-de-açúcar, açúcar e álcool. Mas são as modificações genéticas verificadas especificamente na cana-de-açúcar que chamam a atenção de produtores, agricultores e do consumidor final! A cana geneticamente modificada acaba produzindo as mais diferentes discussões! “Desde outubro de 2017, cerca 400 hectares de mudas da variedade geneticamente modificada foram plantadas nas principais usinas e fornecedores da região Centro-Sul do Brasil”. E assim como tudo que chega como novidade sempre acaba gerando discussões e desconfianças no consumidor, essa informação não poderia passar sem provocar debates!
A Dornas Havana produz dornas e barris de variados tamanhos, dentro da capacidade de 1 a 60.000 litros.
Mas antes mesmo que comecemos a falar da cachaça destaque desta semana, eu trago novidades – pelo menos para os apreciadores do destilado nacional, principalmente para aqueles que não tem acesso a esse tipo de informação – no que diz respeito as novas tecnologias voltadas para o aprimoramento no fabrico de cachaças cada vez mais sofisticadas e prontas a atenderem ao mais exigente paladar!
Então senta que ai vem a informação: “A primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada e comercializada é de origem brasileira. Ela foi desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e passou por avaliação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) que a considerou segura sob os aspectos
ambiental, de saúde humana e animal. Sua aprovação ocorreu no segundo semestre de 2017 e a comercialização já no início de 2019”. Por tanto, zero motivos para qualquer preocupação!
Onde passado e futuro se encontram
Mesmo estando atentos aos avanços tecnológicos que nos impulsionam para um futuro que já toca insistentemente a campainha da nossa porta, procuramos, manter viva a nossa memória preservadora respeitando técnicas aplicadas ao longo do século e até os dias de hoje é mantida a qualidade na fabricação e na preservação dos aromas e sabores que definem um excelente produto! É com essa certeza de que estamos dando um mergulho no tempo, que visitamos o Engenho Maribondo, na cidade de Guarabira a “rainha do brejo paraibano”, onde é fabricada uma das melhores cachaças brancas do Nordeste, a cachaça Maribondo. Aqui fomos recebidos por sua diretora de marketing, Kalyne Lemos, que nos concedeu boa entrevista falando tudo do produto! Por tanto, puxe uma cadeira e pegue um copo, vamos falar de boa cachaça. Você já está na Rota da Cana!
Feita apenas do coração da destilação, que posteriormente é descansado em tonéis de madeira para apurar o sabor, na Maribondo, de cor branca, com baixa viscosidade no sabor suave, é perceptível um leve amadeirado, devido ao freijó. A cachaça Maribondo é produzida desde 1901 na cidade de Guarabira. Em pleno feriado municipal – aniversário da cidade, 26 de novembro – Kalyne Lemos gentilmente nos concedeu uma entrevista na qual nos revelou o segredo para se manter no mercado há tanto tempo, falou do alto padrão de qualidade, e da necessidade de se estar sempre inovando!
Kalyne Lemos – Entrevista
Polêmica – De acordo com as pesquisas, a Maribondo é fabricada desde 1901, em Guarabira. (Nesse período, só produzindo cachaça)? Qual o segredo para manter-se no mercado por mais de um século?
Kalyne – Fabricamos apenas cachaça no momento. Há anos atrás produzíamos rapadura, farinha, mel … mas com o passar dos anos nos concentramos apenas na
produção artesanal de cachaça. Quanto ao segredo para nos mantermos no mercado há tanto tempo e em meio a uma grande concorrência é buscar oferecer um produto com um alto padrão de qualidade, procurando estar sempre inovando, investindo em máquinas e primando sempre pela tradição associada a qualidade.
Polêmica – Como se dá o processo de fabricação da Maribondo? O engenho tem plantação própria?
Kalyne – O processo de fabricação da cachaça Maribondo obedece aos mais altos padrões de qualidade e preserva técnicas tradicionais de produção artesanal aliada utilização de modernos equipamentos tecnológicos. É produzida a partir de canas selecionadas, transportadas e moídas no mesmo dia da colheita. Armazenada no mínimo 6 meses em barris de freijó, extraída da parte nobre do destilado, conhecida como
cachaça do coração.
Polêmica – A Maribondo só existe na versão branca? O engenho trabalha com outro produto, outra marca própria? Existe uma loja interna para a venda dos próprios produtos?
Kalyne – A Maribondo também existe na versão Série Ouro, envelhecida e armazenada em barris de umburana e ambas possuem 5 anos de descanso nas pipas. Agora em novembro estaremos lançando a MaribonDrink, uma bebida mista sabor chicletinho. Não possuímos uma loja, por enquanto, mas atendemos e também comercializamos diretamente na empresa.
Polêmica – A Paraíba desponta como um centro de excelência na produção de cachaças de qualidade. O que faz o estado ocupar essa posição no mercado? O domínio dos produtores na fabricação, ou a experiência adquirida em outros grandes mercados, a exemplo de MG?
Kalyne – A Paraíba se destaca cada vez mais devido à alta qualidade de produção das cachaças hoje encontradas em nossa região. A produção de cachaça é forte e enraizada no nosso Estado. Podemos perder em quantidades de engenhos produtores para o mercados de MG mas não em qualidade. Sabemos da grande referência das cachaças mineiras mas hoje as paraibanas não ficam atrás no quesito qualidade!
Polêmica – Ao que se informa, plantas transgênicas têm ajudado a aumentar a produção nos campos brasileiros e no mundo. A primeira cana-de-açúcar geneticamente modificada e comercializada é de origem brasileira e a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) a considerou segura sob os aspectos ambiental, de saúde humana e animal. Qual a sua opinião em relação a esses avanços para a indústria? Acha realmente seguro?
Kalyne – Com relação às plantas transgênicas acredito que existem controvérsias. Nossa visão é a preservação da cachaça orgânica. Ao consumir a cachaça orgânica você estará apoiando um sistema de cultivo orgânico no qual a sustentabilidade está sempre em primeiro lugar. Além disso, o consumo orgânico é ideal para quem busca uma alimentação saudável e livre de produtos químicos.
Polêmica – O engenho Maribondo explora outra atividade, a exemplo do agro turismo? Alguma atividade voltada para o social?
Kalyne – O Engenho Maribondo está sempre aberto ao turismo, recebemos visitas de estudantes, grupos turísticos mediante ao agendamento com antecedência. Procuramos sempre estar engajados em atividades sociais, abraçamos as causas sociais em geral.
Polêmica – Como se dá a distribuição do produto?
Kalyne – Nossa distribuição se dá por vendedores e também por distribuidores.
Polêmica – Quais os prêmios já conquistados pela Maribondo?
Kalyne – Já fomos premiados pelo Top of Class. Fomos citados e indicados em diversas matérias relacionadas a cachaça pois quando se trata de cachaça a Maribondo é referência de tradição e qualidade.
Plantação de cana sem agrotóxico
A Paraíba desponta como um centro de excelência na produção de cachaças de qualidade. A Maribondo é suave. Tem 39,4% de volume alcoólico. A madeira não
transfere sua cor para a cachaça. E a qualidade quebra a máxima de que cachaça boa, é a cachaça mineira. A passagem intacta da qualidade pelas décadas encontrou a modernidade das redes sociais. Na rede é possível saber o que acontece no alambique. Não há agrotóxico na plantação da cana e o bagaço que sobra é utilizado no alambique.
Estamos falando de uma cachaça que é sinônimo de tradição, com alto padrão de qualidade e que preza sempre pela perfeição em seu processo de fabricação.
Sites na rede procuram assegurar que, – ainda em relação aos avanços verificados na área tecnológica – “que a cana geneticamente modificada permite o controle mais eficiente e a redução das perdas em virtude do ataque de pragas, resultando, assim, em aumento de produtividade, redução de custos e melhoria da qualidade na indústria”.
Fonte: Por Francisco Airton
Créditos: Por Francisco Airton