Está planejando viajar para o exterior e precisa de dólar, euro ou outra moeda? Alguns sites e aplicativos buscam a melhor cotação tanto para compra de dinheiro vivo (moeda em espécie) como de cartão pré-pago, e ajudam a comprar moeda estrangeira mais barata.
Algumas ferramentas permitem, inclusive, fechar o negócio na hora, com segurança, e ainda receber o dinheiro em casa. Conheça algumas delas, veja dicas para conseguir a melhor cotação e saiba que cuidados tomar.
Site pesquisa preço em mais de 30 instituições
O site Melhor Câmbio (www.melhorcambio.com) é uma das ferramentas de pesquisa de cotação mais populares, disponível também na forma de aplicativo para celular (para sistemas Android e iOS).
Mostra as instituições que negociam câmbio na sua região, começando por aquelas que têm o melhor preço para a moeda desejada no momento da pesquisa. Uma busca para compra de dólares na cidade de São Paulo, por exemplo, traz como resultado uma lista com mais de 30 instituições.
A ferramenta funciona apenas como um buscador de preços. Não é possível fazer a compra ou venda da moeda diretamente pelo site. O Melhor Câmbio informa o telefone e o site de cada instituição para que o consumidor entre em contato e conclua a operação. Por isso, há o risco de a cotação no momento da compra não ser exatamente a que foi informada na pesquisa, por causa da instabilidade do mercado de câmbio.
O buscador tem a opção “Faça uma oferta”: o consumidor diz quanto gostaria de pagar, e as corretoras avaliam se querem fechar negócio ou não. O site informa quais as chances de sua proposta ser aceita, e em quanto tempo as corretoras costumam responder.
A ferramenta tem um ranking das instituições listadas, que varia de uma a cinco estrelas, conforme a avaliação dos usuários e o número de operações fechadas por cada corretora nos últimos 60 dias. Ela traz detalhes de cada instituição, como o nome completo, se é corretora, banco ou correspondente (saiba mais abaixo), horário de funcionamento, quantidade de lojas e localização.
Ranking do BC informa taxa média
O Banco Central, órgão do governo responsável por registrar e fiscalizar as instituições que fazem operações com câmbio no país, desenvolveu o Câmbio Legal, um aplicativo (para iOS ou Android) para ajudar o cidadão a encontrar casas de câmbio na sua região, além de informar a taxa média praticada pelas instituições. Trata-se de uma versão para celular da ferramenta de pesquisa que o BC disponibiliza em seu site desde 2013, porém com mais recursos e mais fácil de usar.
É o aplicativo mais confiável para descobrir se uma determinada instituição é autorizada ou não a negociar moedas. Lá estão todos os dados, como telefones e endereços de lojas próximas ao local onde você se encontra. O aplicativo usa o GPS do celular para mostrar as instituições da sua região.
O Câmbio Legal traz ainda um ranking das instituições com base no Valor Efetivo Total (VET) da transação, que considera, além da taxa de câmbio, as tarifas e impostos (IOF) incidentes na operação. Porém, o ranking não é atualizado on-line, o que prejudica a eficiência do Câmbio Legal como ferramenta de busca. O ranking é calculado a partir de uma média das operações feitas por cada instituição ao longo do mês anterior.
“Apesar de as informações apresentadas no ranking (…) serem um indicativo relevante de quais instituições praticam os valores mais favoráveis aos clientes, por se tratar de valores médios mensais das operações realizadas em todo o país, essas informações não representam o valor que está sendo praticado por uma instituição num determinado horário e local”, afirma o Banco Central.
Fintechs permitem pesquisar e comprar na hora
Algumas empresas de tecnologia, as chamadas fintechs, oferecem ferramentas de busca e comparação de cotações e também funcionam como plataformas de compra e venda de moedas estrangeiras.
A Cambiar (www.cambiar.com.br), a Câmbio Store (www.cambiostore.com) e a Bee Câmbio (www.beecambio.com.br) fecharam acordos com várias corretoras para oferecer taxas melhores e fechar o negócio no momento da pesquisa, sem que o cliente precise acessar outro site, telefonar para a corretora ou ir até uma casa de câmbio.
Na Cambiar e na Câmbio Store, o cliente consegue pesquisar em pelo menos cinco corretoras ao mesmo tempo e comprar mais de 20 moedas diferentes, como como o rublo (da Rússia), o yuan (China) e o shekel (Israel). Na Bee Câmbio, a variedade de moedas é um pouco menor, mas as principais –como dólar, euro e libra– estão presentes.
Nas três empresas é possível comprar ou vender moeda em espécie (dinheiro vivo), adquirir ou recarregar um cartão de débito pré-pago ou mandar recursos para o exterior. Todo o processo é feito pelo site ou aplicativo para celular. Ao concluir a operação, o cliente faz uma transferência eletrônica (TED) para a conta da corretora indicada, e recebe o dinheiro em casa em 48 horas, ou pode retirá-lo no endereço informado pela instituição.
Na Cambiar, o nome da corretora com melhor cotação aparece no momento da pesquisa. Já na Câmbio Store e na Bee Câmbio, essa informação surge apenas no final da operação, quando são fornecidos os dados da corretora para transferência do dinheiro.
Vai comprar? Veja 5 cuidados
1. Confira se instituição é autorizada pelo BC
O Banco Central orienta o cidadão a sempre checar se a instituição em que pretende comprar moeda estrangeira está autorizada a operar no mercado de câmbio.
Independentemente da forma como se dá o relacionamento entre a instituição e o cliente –presencial, site da internet ou aplicativo para dispositivos móveis–, as operações de câmbio devem obrigatoriamente ser realizadas por meio de instituição autorizada.
Há, basicamente, três tipos de instituições no Brasil que podem comprar e vender moedas: os bancos, as corretoras de câmbio e os correspondentes de câmbio. A diferença entre eles diz respeito à estrutura, tipo e tamanho das operações que podem realizar. Há 188 bancos e corretoras autorizados a realizar câmbio (confira a lista no site do Banco Central).
Os correspondentes são as instituições mais comuns e fáceis de achar na rua e também na internet. Eles funcionam como lojas comuns, que podem ser encontradas em shoppings, aeroportos e rodoviárias. Elas têm um limite máximo de US$ 3.000 (ou valor equivalente em outra moeda) por pessoa.
A lista com os cerca de 3.000 correspondentes de câmbio autorizados pode ser conferida no site do Banco Central. Como a lista é longa, use o comando “Buscar” ou “Localizar” do seu navegador de internet, apertando ao mesmo tempo as teclas “CTRL” e “F”. Em seguida, digite o nome da instituição no campo em branco e clique na seta para ver os resultados em destaque na página.
2. Não compare só a taxa; veja tarifas e impostos
Na hora de procurar o local com moeda mais barata, não pesquise apenas a taxa de câmbio. O BC diz que o ideal é olhar o Valor Efetivo Total (VET), que considera a taxa de câmbio, as tarifas e impostos (IOF) incidentes na operação. Uma determinada instituição pode ter uma taxa de câmbio ligeiramente menor, mas pode cobrar uma tarifa mais cara para fazer a operação. Por isso, compare sempre o VET, e não apenas a taxa.
Todas as instituições credenciadas pelo BC são obrigadas a informar o VET de suas transações de câmbio. Se a compra for em dinheiro vivo (espécie), há cobrança de IOF de 1,1% sobre o valor da transação. Se for adquirir cartão de débito pré-pago ou cheques de viagem (travel check), o imposto salta para 6,38%.
3. Se optar pela entrega, confira frete e prazo
Caso queira receber o dinheiro ou cartão em casa ou no escritório, fique atento à cobrança de frete e ao prazo de entrega. Dependendo do valor de moeda estrangeira adquirido e do endereço de entrega, algumas casas de câmbio não cobram frete, porém a entrega pode demorar dois dias ou mais. Além disso, você precisa estar presente no momento da entrega ou informar os dados de uma pessoa autorizada a receber o dinheiro.
4. Evite comprar no fim de semana ou feriado
Os sites de câmbio e muitos correspondentes cambiais funcionam nos fins de semana e feriados. Porém, para fechar operações nesses dias, normalmente as instituições usam taxas maiores do que durante a semana, quando o mercado de câmbio está aberto. “Elas embutem um prêmio de risco, para o caso de acontecer algum evento no fim de semana que faça o câmbio subir muito na segunda-feira”, diz Bruno Ferreia, da Câmbio Store.
5. Quer evitar as corretoras? Tome cuidado
Os aplicativos GoMoney (https://gomoney.me/) e Monepp (https://pt-br.facebook.com/MoneppBR/) se propõem a colocar em contato pessoas que querem comprar ou vender moedas estrangeiras, sem a intermediação de uma instituição financeira. A ideia é encontrar taxas melhores do que nas corretoras e ainda não ter que pagar o IOF de 1,1%.
Os aplicativos funcionam apenas como uma ponte entre os interessados, e não oferece nenhuma garantia em relação à segurança do negócio. Eles apenas recomendam que o encontro para fechar o negócio seja marcado em um local público, e que o interessado confira, na hora, se o dinheiro não é falso.
O BC não fiscaliza esses aplicativos. “Só podem operar no mercado de câmbio instituições autorizadas pelo Banco Central, tendo em vista o artigo 23 da Lei nº 4.131, de 3 de setembro de 1962”, informa o órgão.
Fonte: UOL
Créditos: UOL