mistériosos

Um dos últimos manuscritos sobre o Mar Morto foi decodificado

Grutas de Qumran (Foto: Wikicommus)

Depois de 70 anos intrigando arqueólogos, um dos últimos fragmentos de um dos manuscritos do Mar Morto que ainda não havia sido decodificado foi, finalmente, decifrado.

A conquista é de um grupo de pesquisadores da Universidade de Haifa, em Israel. Eles estudaram o documento ao longo de um ano para recompor e decifrar seus 60 pequenos fragmentos – alguns que mediam menos de um centímetro – que estavam escritos em um código secreto.

As análises ao documento misterioso revelaram algumas tradições de uma antiga seita judaica, bem como a edição do documento por um segundo escriba, que decidiu corrigir os erros do primeiro autor do texto.

“O pergaminho foi escrito em códigos mas, na verdade, o conteúdo dele é bem simples e conhecido, não havia razão para ele estar em uma linguagem secreta”, explicou um dos pesquisadores da Universidade de Haifa. “Essa prática em ocultar informações simples com códigos é verificável em outros povos fora de Israel, que criptografavam conhecimentos universais”, escreveram os arqueólogos em artigo.

Ao optar por escrever com o linguajar secreto, o autor queria mostrar que estava familiarizado com o código, porém, essa não era bem a realidade. O documento estava cheio de erros e foram  as edições feitas por um segundo escriba que possibilitaram a descoberta do conteúdo do pergaminho.

Os misteriosos pergaminhos
Os manuscritos do Mar Morto são documentos que foram encontrados entre as décadas de 1940 e 1950 em mais de dez cavernas remotas conhecidas por Grutas de Qumran, próximas ao Mar Morto e à Cisjordânia.

São cerca de 900 pergaminhos feitos de papiro, pele de animal e cobre que guardam relatos sobre as tradições, histórias e crenças dos Essênios, seita judaica que viveu no deserto há mais de 2.000 anos.

Depois de longa análise por arqueólogos e pesquisadores, os manuscritos foram classificados como cópias intactas da antiga Bíblia hebraica, datando o período do século 4 a.C. O estudo dos textos também levou os pesquisadores a descobrir que os escribas do documento seguiam um calendário desconhecido de 364 dias.

“O calendário lunar, seguido até hoje pelos judeus, requer ação humana: os indivíduos devem olhar para as estrelas e para a Lua e reportar suas observações e outra pessoa, que detém um certo poder, deve decidir o início de um novo mês e chegada de um ano bissexto. Ao contrário dele, ter um calendário de 364 dias seria perfeito, pois, como esse número é divisível por 4 e por 7, as ocasiões especiais acabam sempre caindo no mesmo dia. Isso evita a necessidade, por exemplo, de se decidir quando será o período sabático, como costuma acontecer no uso do calendário lunar”, adicionaram os pesquisadores ao artigo.

Fonte: Galileu
Créditos: Galileu