A Comissão Europeia confirmou nessa quinta-feira, 19, o embargo de carnes e produtos derivados fabricados por 20 estabelecimentos brasileiros. As empresas entraram na lista negra da União Europeia por unanimidade em razão de “deficiências detectadas no sistema oficial de controle brasileiro”. A suspensão atinge principalmente a exportação de carne de aves das unidades da BRF, dona das marcas Perdigão e Sadia.
A proibição deve entrar em vigor 15 dias após a publicação da medida no Diário Oficial da União Europeia, o que deve acontecer nessa sexta-feira. Em um comunicado, Bruxelas afirmou: “Nós confirmamos que os países-membros votaram (por unanimidade) em favor de retirar da lista 20 estabelecimentos brasileiros dos quais carne e produtos derivados são hoje autorizados”.
A decisão foi tomada após parecer do Sistema Especializado de Controle de Mercado da União Europeia (Traces). Desde 2017, o órgão estudava que medidas tomaria após o escândalo revelado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que apontou fraudes no sistema de controle de qualidade brasileiro.
ENTENDA
A BRF teve oito unidades com exportação suspensa de produtos de aves para a União Europeia há cerca de um mês pelo próprio ministério da Agricultura. A medida foi adotada pelo Brasil para se antecipar aos países europeus, que já haviam ameaçado suspender todas as importações após a Operação Trapaça, que revelou um esquema de fraudes na análise da bactéria salmonela em lotes.
Esta semana, porém, a pasta suspendeu o autoembargo e disse que o Brasil vai recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a decisão da União Europeia.
Segundo o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o bloco não acatou os apelos do governo na semana passada e anunciará, entre hoje e amanhã, o descredenciamento de nove unidades da BRF da lista de exportadores. Maior processadora de alimentos do País, a empresa é também a maior exportadora de carne de frango do mercado brasileiro.
A versão anterior afirmava que, na lista da União Europeia, estavam incluídas três plantas da JBS e três da Aurora Alimentos. No entanto, não há confirmação se as empresas citadas fazem parte do embargo.
Em nota, a JBS afirma que não faz parte da lista.
Fonte: Estadão
Créditos: Andrei Netto