tragédia

Terremoto de 7,1 graus abala o México e ao menos 248 morrem

Tremor leva pânico à capital mexicana, deixa quase 4 milhões sem eletricidade e causa vazamentos de gás

Um forte terremoto de 7,1 graus na escala Richter foi registrado nesta terça-feira, 19, no México – apenas 12 dias após um tremor de 8,2 graus atingir a costa sul do país e deixar 98 mortos. O tremor desta terça-feira provocou ao menos 226 mortes e dezenas de prédios ruíram na Cidade do México e em Estados próximos.

O chefe da agência, Luis Felipe Puente, informou pelo Twitter que há 117 vítimas fatais confirmadas na Cidade do México,72 no Estado de Morelos (que fica ao sul da capital do país), e 43 no Estado de Puebla – onde o abalo teve seu epicentro. Outras 12 pessoas morreram no Estado do México (que circunda a capital),  3 no Estado de Guerrero e 1 em Oaxaca.

O epicentro do tremor foi na cidade de Raboso, em Puebla, a 123 quilômetros a sudeste da Cidade do México.

O prefeito da Cidade do México, Miguel Ángel Mancera, disse que pelo menos 49 prédios ruíram e as equipes de resgate haviam retirado entre 50 e 60 pessoas com vida dos escombros. Uma escola da capital desabou e 25 corpos foram encontrados até agora – 21 são de crianças. Dezenas de jovens ainda estão desaparecidos.

O fenômeno sacudiu edifícios e causou pânico, levando as pessoas a correr para as ruas. O tremor ocorreu no mesmo dia em que se completava 32 anos do terremoto de 8,1 graus que deixou ao menos 10 mil mortos na capital mexicana. No momento do terremoto, várias pessoas participavam justamente de um treinamento para aprender a lidar com sismos.

O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, acionou o Comitê Nacional de Emergências. Ele cancelou um evento em Oaxaca e sobrevoaria de helicóptero a capital para acompanhar a situação. Segundo informações preliminares, os edifícios afetados ficam principalmente nos bairros Condesa, Roma, Del Valle, Navarte, Centro, Coyacán e Xochimilco. Um edifício também desmoronou na tradicional Zona Rosa da capital.

Equipes de resgate escavavam entre os escombros das construções em busca de vítimas. Curiosos aplaudiram quando uma mulher foi retirada de um edifício que ruiu e os socorristas logo pediram silêncio para tentar ouvir pedidos de socorro. Fachadas de prédios também ruíram sobre pedestres e carros, muitos com pessoas dentro.

Consequências
O abalo causou cortes no fornecimento de energia – 4 milhões ficaram sem eletricidade -, vazamento de gás, interrupção no serviço de telefonia e a suspensão do funcionamento do metrô.

No sul da capital, em Coyacán, a Igreja de São João Batista sofreu danos em uma de suas torres e a paróquia de São Bernardino, em Xochimilco, desabou. Nesse bairro, um vídeo nas redes sociais mostrava o forte movimento das águas dos canais. Uma forte onda foi de um lado a outro, revolvendo as tradicionais águas onde moradores e turistas passeiam em barcos enfeitados.

Em todas as zonas afetadas pelo tremor houve danos nos edifícios. As sacadas de alguns se desprenderam com o intenso movimento telúrico. As aulas foram suspensas, assim como a sessão da Bolsa de Valores, para garantir a segurança. O serviço de emergência informou que o Aeroporto Internacional Benito Juárez suspendeu as operações após o abalo, pois teria registrado rachaduras no chão.

Honduras anunciou o envio de 36 socorristas, e Guatemala também ofereceu ajuda. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que recentemente esteve no México em uma visita à América Latina, também afirmou ter enviado socorristas e ajuda ao país latino.

O Centro Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês) estimou a magnitude do tremor em 7,1, enquanto o Instituto Sismológico do México o calculou em 6,8, e informou que o epicentro foi registrado a 51 quilômetros de profundidade a 7 km a oeste de Chiautla de Tapia, entre o Estado de Puebla e o de Morelos.

Luis Felipe Puente, coordenador nacional de Proteção Civil da Secretaria de Governo disse que os protocolos de atenção e resposta haviam sido ativados. Pouco depois, o Departamento de Proteção Civil mexicano informou que vários incêndios foram reportados em diversos prédios da Cidade do México após o tremor.

“Estou consternada, não consigo conter o choro, é o mesmo pesadelo de 1985”, disse Georgina Sánchez, de 52 anos, que chorava em uma praça. No dia 19 de setembro de 1985, um terremoto matou mais de 10 mil pessoas na Cidade do México.

Este tremor foi sentido com mais força que o do dia 7 de setembro, o mais poderoso desde 1932 no México, que deixou 98 mortos no sul do país – 78 em Oaxaca, 16 em Chiapas e 4 em Tabasco.

Fonte: EFE, REUTERS, AFP e AP