história na política

Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro da Itália, morre aos 86 anos

Ex-primeiro-ministro italiano e ex-dono do Milan, Silvio Berlusconi morreu aos 86 anos, nesta segunda-feira (12/6). Ele estava internado no Hospital San Raffaele, em Milão, desde a última semana, para tratar infecção pulmonar decorrente de leucemia mielomonocítica crônica.

Foto: Franco Origlia/Getty Images

Ex-primeiro-ministro italiano e ex-dono do Milan, Silvio Berlusconi morreu aos 86 anos, nesta segunda-feira (12/6). Ele estava internado no Hospital San Raffaele, em Milão, desde a última semana, para tratar infecção pulmonar decorrente de leucemia mielomonocítica crônica.

Berlusconi liderou a Itália entre 1994 e 2011. Foi um dos políticos mais extravagantes do país. Ele ainda tentou retornar ao poder em 2017 – entretanto foi impedido após uma carreira marcada por polêmicas, com escândalos sexuais, acusações de corrupção e até uma condenação por fraude fiscal.

Ao longo da trajetória política, Berlusconi fundou o próprio partido, o Forza Itália – atualmente na coalizão de direita da primeira-ministra Giorgia Meloni. Foi eleito para quatro mandatos como chefe de Governo italiano, sobreviveu a diversos processos judiciais e retornou ao Parlamento como senador em 2022, aos 85 anos.

Além da atual companheira, a deputada Marta Fascina, 33 anos, Berlusconi deixa cinco filhos, de dois casamentos anteriores, 14 netos e uma bisneta.

O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, foi um dos primeiros do país a falar sobre a morte de Berlusconi. “Ele deixa um vazio enorme, porque foi grande. É o fim de uma época, o encerramento de uma era. Eu o amava muito. Adeus, Sílvio”, escreveu Crosetto.

A premiê do país, Giorgia Meloni, publicou um vídeo em homenagem ao político. “Silvio Berlusconi era sobretudo um lutador. Era um homem que defendia suas convicções, e sua coragem e determinação fizeram dele um dos homens mais influentes da política da Itália”, declarou.

História na política

Em 1993, Berlusconi ingressou no cenário político ao fundar a legenda de centro direita Forza Itália. Ainda no ano seguinte, foi eleito como chefe de governo da Itália pela primeira vez. No entanto, deixou o cargo apenas 7 meses depois, em meio a uma disputa interna na coalizão governista e denúncias de fraude.

Ele retornou ao posto com a vitória da coalizão nas eleições legislativas de 2001. Durante a gestão, em 2003, assumiu também a presidência da União Europeia, no período que coube à Itália no sistema de rodízio.

Após ser derrotado em 2006 por Romano Prodi, Berlusconi tornou-se primeiro-ministro da Itália pela terceira vez em 2008, aos 71 anos.

Porém, sofreu novo revés em 2010, em meio à grave paralisia econômica e ao epicentro de escândalos sexuais em que esteve envolvido. Na ocasião, o então premiê viu ruir o apoio de um dos principais aliados, o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, além de quatro dos mais importantes ministros do governo, que pediram demissão.

Eleito em setembro de 2022 para o Senado, Berlusconi voltou ao Parlamento depois de nove anos. Em 2013, ele havia perdido o mandato no Senado italiano e ficado inelegível por causa de uma condenação por fraude fiscal.

Fora da política, o ex-premiê deixou um importante legado na mídia italiana e escreveu o nome na história do futebol. Como presidente do Milan, ele retirou o time da situação de pré-falência e o levou até o topo do mundo. Era proprietário do Monza desde 2018, e conseguiu levar o time da terceira divisão para a primeira, fato inédito na história do clube.

Saúde delicada

Em abril deste ano, o ex-premiê foi internado com uma infecção pulmonar, decorrente do quadro de leucemia crônica. O magnata convivia com uma saúde frágil – no ano passado, precisou ser hospitalizado por causa de uma infecção urinária e, em 2020, deu entrada em uma unidade de saúde devido a uma pneumonia em consequência da Covid-19.

Anos antes, em 2016, Berlusconi foi submetido a uma cirurgia cardíaca na válvula aórtica e, em 1997, teve um tumor maligno retirado da próstata. Nos últimos meses, convivia com os sintomas do agravamento da leucemia, como fragilidade física e dificuldades de locomoção.

 

Fonte: Metrópoles
Créditos: Polêmica Paraíba