Vão se completar 26 anos em maio que Sharon Stone deu aquela cruzada de pernas no thriller de Paul Verhoeven, Instinto Selvagem. Sharon já tinha 34 anos, mas bastou que o filme passasse em Cannes, em 1992, para que ela se convertesse em ícone sexual. Nesses mais de 20 anos, virou celebridade no tapete vermelho do maior festival do mundo. Sharon, Clint Eastwood e Quentin Tarantino deixam histérica a imprensa mundial naquele cenário. “Shar-rôn!” Seu nome virou grito de guerra. E como os franceses dizem que uma atriz é sempre ‘mademoiselle’, pois bem, ela também é. Mademoiselle Sharon completa 60 anos neste sábado, 10 de março.
Fez algum ajuste facial, mas ainda é perfeitamente reconhecível e por alguma espécie de milagre que não interessa identificar, não perdeu o viço corporal. Ainda não chegou ao estágio de Jane Fonda e Sophia Loren, de 80 e 83 anos, respectivamente, cujos seios parecem sempre prontos para disparar. Mas Sharon Yvonne Stone, que nasceu em 10 de março de 1958 em Meadville, Pensilvânia, ainda está com tudo em cima, exibindo uma forma, digamos, escultural impecável.
Instinto Selvagem continua a ser o destaque de sua filmografia, o mais lembrado pelo público, graças à intensidade erótica da personagem Catherine Tramell. Recapitulando, ela é suspeita de haver assassinado o amante. Cabe ao policial Michael Douglas investigar o caso. Na trama, Catherine habita uma casa no alto da colina. Com uma trilha ‘hitchcockiana’, a câmera no carro que leva Douglas para o alto, por meio de sucessivas curvas, compõe um suspense muito elaborado. O diretor Verhoeven não brinca em serviço.
Sharon graduou-se cedo e foi tentar uma carreira em Nova York. A beleza fez dela modelo, mas já queria ser atriz. Trabalhou como extra num filme de Woody Allenele a chamou para um papel maior em Memórias. Apareceu exatamente dois minutos, mas sem crédito, em Retratos da Vida, de Claude Lellouch. E, depois, nos EUA e na Europa, emendou um filme ruim atrás do outro. Por conta disso, chegou a ser chamada para escrever o prefácio de um livro chamado Bad Movies We Like, Filmes Ruins Que Amamos. Em 1990, em seu primeiro encontro com o holandês Paul Verhoeven, marcou presença em O Vingador do Futuro, com Arnold Schwarzenegger. Mesmo assim, Verhoeven teve de batalhar para conseguir que ela fosse a protagonista de Instinto Selvagem, dois anos depois.
O sucesso foi imediato, mas nem tudo foram rosas. Por Invasão de Privacidade, recebeu uma indicação para ‘pior atriz do ano’, mas o filme foi outro estouro de bilheterias. Por Os Profissionais, com Sylvester Stallone, ganhou dois prêmios, o Golden Raspberry Award e o Stinkers Movie Award, como pior atriz. Quase na sequência venceu o MTV Award de atriz mais desejável por Os Vivos e os Mortos, o western de Sam Raimi em que dividiu a cena com Russell Crowe e Leonardo DiCaprio. Finalmente, por Cassino, de Martin Scorsese, recebeu o Globo de Ouro de melhor atriz de drama. Por Sempre Amigos, como a mãe de um garoto com a Síndrome de Morquio, foi indicada para o Globo de Ouro de melhor coadjuvante de drama. E pela serie O Desafio, recebeu o Emmy de melhor atriz em participação especial.
Filmou com Jim Jarmusch e Nick Cassavetes, o filho de John, em Alpha Dog. Participou de episódios de Law & Order. Sem medo de assumir a idade, foi a mãe da linda Lovelace na cinebiografia Lovelace, com Amanda Seyfried. E nunca parou de filmar.
Fora da tela, virou ativista pró-Tibete e recebeu críticas até da Unicef por seu apoio à Tanzânia – Sharon teria sido ‘usada’ pelo governo do país africano numa causa humanitária provocada pela própria ausência de políticas públicas desse governo. Com ela é sempre assim, 8 ou 80. Quanto mais intensa e complexa a personagem – contraditória – melhor para Sharon. Talvez porque ela seja um pouco assim na vida.
Fonte: MSN
Créditos: MSN