Os níveis de radiação na cidade de Severodvinsk, norte da Rússia, aumentaram entre 4 e 16 vezes após explosão durante o teste de míssil de cruzeiro, informou nesta terça-feira, 13, o Serviço Meteorológico da Rússia. Até o momento, foram confirmadas a morte de cinco cientistas que trabalhavam no lugar da explosão.
“Às 12h de Moscou (6h, em Brasília) de 8 de agosto de 2019 em seis de oito pontos de Severodvinsk foi registrado um aumento da dose de radiação gama de entre 4 e 16 vezes, em comparação com o nível habitual para este território”, afirma o comunicado oficial.
A Rosatom, empresa estatal russa de energia atômica, disse que a explosão ocorreu enquanto os engenheiros realizavam o teste de uma “fonte de energia de isótopo radioativo”.
Embora os detalhes do acidente e o tipo da arma tenham sido mantidos em segredo, a imprensa suspeita que tratava-se de um míssil de cruzeiro Burevestnik (Albatroz), dotado de propulsão nuclear.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou este míssil, da mesma forma que outras armas do novo arsenal estratégico do país, durante seu discurso sobre o estado da nação em março de 2018. No dia da explosão, as autoridades de Severodvinsk admitiram um aumento da radiação na zona, mas reiteraram que ela foi temporária.
Segundo uma nota da Câmara Municipal, duas horas depois de registro de tal aumento, o nível da radiação era de “0,11 microsievert por hora com um máximo permitido de 0,60 microsievert”. A organização ambientalista Greenpeace pediu às autoridades russas que investiguem o aumento da radiação e indicou que, após a explosão, esta foi “20 vezes maiores do que a normal”.
Apesar do pico de radiação, que fez com que moradores buscassem por iodo nas farmácias, não há perigo para a saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco de câncer pode aumentar a partir dos 50.000 microsieverts recebidos, e o Instituto de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN) francês recomenda aos moradores que busquem abrigo a partir de 10.000 microsieverts.
Fonte: Veja
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