Bilionários e doadores privados se mobilizam para financiar a reconstrução da catedral de Notre-Dame de Paris, destruída em parte por um incêndio.
O bilionário francês Bernard Arnault anunciou nesta terça-feira (16) que ele e seu grupo LVMH, especializado em produtos de luxo, doarão 200 milhões de euros (cerca de R$ 875 milhões) para a reconstrução.
Outros 200 milhões de euros foram prometidos pela família Bettencourt Meyers, sócia da L’Oreal.
A oferta foi feita depois que a Kering, grupo de moda fundado por outro bilionário francês, François Pinault, anunciou 100 milhões de euros (R$ 437 milhões) para “reconstruir completamente Notre-Dame”.
A Total, uma empresa de energia, também anunciou que fará uma contribuição de outros 100 milhões de euros para a reconstrução, afirmou seu diretor-executivo, Patrick Pouyanne, na terça-feira (16).
A cidade de Paris fará um aporte de 50 milhões de euros (R$ 218,5 milhões), disse a prefeita Anne Hidalgo. Ela também propôs uma conferência internacional para coordenar as doações.
A região de Ile-de-France, que inclui Paris e seus arredores, prometeu dez milhões de euros (R$ 43,7 milhões).
Se concretizadas, essas promessas de doações somam 660 milhões de euros (R$ 2 ,87 bilhões).
A Heritage Foundation, organização francesa financiada por fundos privados, pede doações em seu site. Houve também apelos semelhantes pelo site de crowdfunding (vaquinhas online) Leetchi.
Artesãos especializados e madeiras raras
Para reconstruir o templo, que anualmente recebe 13 milhões de visitantes – uma média de 35.000 pessoas por dia – serão necessários artesãos especializados em madeiras raras.
O diretor do grupo Charlois, o maior fornecedor de carvalho na França, prometeu oferecer os melhores materiais para reconstruir a complexa armação de madeira, conhecida como “a floresta”, devido ao número de vigas usadas para construí-la.
“As obras certamente vão levar anos, talvez décadas, e serão necessários milhares de metros cúbicos de madeira. Vamos ter de encontrar as melhores peças, de grande diâmetro”, explicou Sylvain Charlois à rádio France Info.
A UNESCO, com sede em Paris, prometeu trabalhar com a França para restaurar a catedral, inscrita desde 1991 em sua lista de patrimônios da humanidade.
“Já estamos em contato com especialistas e preparados para enviar uma missão urgente para avaliar os danos, salvar o que pode ser salvo e começar a tomar medidas para o curto e médio prazo”, disse Audrey Azoulay, secretário-geral da agência da ONU, em comunicado.
Restauração pode custar centenas de milhões
Especialistas afirmam que as consequências poderiam ter sido piores, a restauração poderá custar centenas de milhões de euros por vários anos, até mesmo décadas.
É por isso que muitas pessoas pediram uma mobilização de recursos para uma rápida reconstrução.
“Desde ontem venho ouvindo que levará uma década, é um absurdo”, disse à AFP o ex-ministro francês da Cultura, Jack Lang.
Lang pediu um plano de três anos para reconstruir o telhado e a flecha, que desabou duas horas após o início do incêndio.
“Precisamos estabelecer um prazo curto, como fizemos outras vezes em outros trabalhos excepcionais”, disse.
O edifício gótico estava sendo reformado para reparar o efeito do clima e da poluição, com um orçamento de 11 milhões de euros, financiado pelo Estado francês.
Fonte: G1
Créditos: G1