O presidente da Rússia, Vladimir Putin, descartou qualquer acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, país que ele ordenou ser invadido e bombardeado em 24 de fevereiro.
No início da noite desta terça-feira, (15), em comunicado oficial divulgado pelo Kremlin, sede do governo russo, Putin reafirmou que não irá recuar.
Para ele, a Ucrânia não “demonstra atitude séria” nas negociações por uma solução para o conflito que já dura 20 dias.
O líder russo fez as declarações em conversa telefônica com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, de acordo com comunicado divulgado pelo Kremlin.
Putin também alegou que os líderes da União Europeia ignoraram as “ações criminais e desumanas” de forças militares ucranianas em Donetsk, onde teriam realizada um ataque com mísseis a uma área residencial.
O presidente russo trata a guerra como uma “operação especial na Ucrânia”. “Kiev não demonstra uma atitude séria para encontrar soluções mutuamente aceitáveis”, afirma o Kremlin.
Apelo
Michel declarou que enfatizou a “urgente necessidade” de encerrar a guerra durante a conversa com Putin. “A União Europeia está unida na condenação da agressão da Rússia, respondendo com sanções poderosas e fornecendo mais apoio à Ucrânia”, defendeu.
O presidente do Conselheiro Europeu pediu que Moscou retire as tropas do país vizinho, em um cessar-fogo imediato, e que Putin pare o “bombardeio indiscriminado” de civis. “A Rússia deve permitir urgentemente o acesso humanitário e a passagem segura”, solicitou.
Negociação fracassa
Fracassou novamente uma tentativa de atingir a paz. A reunião entre representantes dos presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, terminou sem consenso, e os bombardeios no Leste Europeu continuarão.
O porta-voz ucraniano, Mykhailo Podoliyak, confirmou que um novo encontro ocorrerá nesta quarta-feira (16/3) – será a sexta tentativa de acordo.
“Vamos continuar amanhã. Um processo de negociação muito difícil. Existem contradições fundamentais. Mas definitivamente há espaço para concessões. Durante o intervalo, o trabalho continuará em subgrupos”, informou.
A negociação do cessar-fogo foi retomada após o encontro de segunda-feira, (14), acabar com uma “pausa técnica”. Um formalismo que significa falta de concordância político-diplomática.
Biden vai à Europa
O recrudescimento da guerra fez o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mudar de ideia e viajar à Europa. O norte-americano participará de uma reunião emergencial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na próxima semana.
A viagem é simbólica e estratégica. A intenção de Biden é demonstrar união e fazer com que o presidente russo, Vladimir Putin, recue. Além disso, o norte-americano negociará com líderes europeus mais sanções econômicas contra a Rússia.
Será a primeira visita de Biden ao continente após o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro. A cúpula da aliança militar se reúne, em Bruxelas, em 24 de março.
“Vamos abordar a invasão da Ucrânia pela Rússia, nosso forte apoio à Ucrânia, e fortalecer ainda mais a dissuasão e a defesa da Otan”, anunciou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, ao ressaltar que o momento é “crítico”.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, deu detalhes do que Biden fará. “Enquanto ele estiver lá, seu objetivo é se encontrar pessoalmente com seus colegas europeus e conversar, avaliar onde estamos neste momento do conflito na invasão da Ucrânia pela Rússia. Estamos incrivelmente alinhados até hoje”, adiantou.
Fonte: Polêmica Paraíba
Créditos: Metrópoles