James Alex Fields, que atropelou diversas pessoas que protestavam contra a marcha da extrema-direita em Charlottesville (EUA), tinha “’convicções estranhas e muito radicais”, segundo afirmou à rede CNN um ex-professor. A mãe, porém, disse ter ficado surpresa de ver o filho envolvido no violento confronto.
Neste fim de semana, a cidade Charlottesville foi palco de manifestações da supremacia branca – ala da extrema-direita dos EUA que é contra negros, imigrantes, gays e judeus. No sábado (12), houve confrontos com grupos antiextremistas. Fields jogou o carro que dirigia contra o grupo, matando uma mulher e deixando pelo menos 19 feridos.
James Alex Fields Jr. jogou um carro contra uma multidão em Charlottesville, na Virgínia, nos Estados Unidos, no sábado (12) (Foto: Albemarle-Charlottesville Regional Jail via AP)
O professor Derek Weimer, que ensina estudos sociais no Randall K. Cooper High School (Kentucky), afirmou que era bastante claro que seu ex-aluno tinha “algumas visões realmente extremistas e talvez um pouco de raiva por atrás delas”. Para o professor, ele se sentia “oprimido ou perseguido”. “Ele realmente comprou essa coisa da supremacia branca. Ele era defensor do nazismo. Ele realmente admirava Adolf Hitler”, declarou.
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A mãe dele, porém, disse ter ficado surpresa de saber o filho, de 20 anos, tinha ido para Virgínia para participar de um evento com supremacistas brancos – grupo de extrema-direita dos EUA contrário a negros, imigrantes, gays e judeus. Ela contou à CNN que não discutia política com o filho.
Segundo informações do jornal “The New York times”, Fields nasceu no Condado de Kenton e morava com a mãe até se mudar para Ohio há cerca de seis meses. A mudança de endereço aconteceu em virtude do trabalho de James. O pai de James morreu antes de ele nascer, informou Pam Fields, uma tia dele. Segundo ela, os dois não se viam há tempos, mas se recorda do sobrinho como um “garoto bastante tranquilo”.
Fields dirigia uma Dodge Challenger em alta velocidade. Ele foi detido logo depois do atropelamento e está em uma prisão de Virgínia.
A vítima do atropelamento foi Heather Heyer, que trabalhava em um escritório de advocacia na Virgínia e era uma defensora de direitos civis nas redes sociais.
Segundo o jornal “The Guardian”, Heyer costumava chamar a atenção para casos de negligência policial e racismo. Heather, que apoiou a candidatura de Bernie Sanders, tinha como foto de apresentação no Facebook a mensagem “Se você não está indignado, você não está prestando atenção”.
Polêmica
O presidente americano, Donald Trump, foi criticado por não ter nomeado os grupos extremistas logo após os confrontos em Charlottesville. No sábado, Trump em sua conta oficial no Twitter ele afirmou: “Nós todos devemos estar unidos e condenar tudo o que representa o ódio. Não há lugar para esse tipo de violência na América. Vamos continuar unidos”, declarou.
No domingo (13), a Casa Branca divulgou nota dizendo que o chefe de estado estava condenando todas as formas de “violência, intolerância e ódio” quando falou sobre os confrontos em Charlottesville, incluindo “supremacistas brancos, Ku Klux Klan, neonazistas e todos os grupos extremistas”.
Fonte: G1