Os contratos futuros do petróleo subiram mais de 4% – cerca de 3 dólares – nesta sexta-feira (3), depois que um ataque aéreo dos Estados Unidos em Bagdá matou um dos principais chefes militares do Irã, provocando preocupações sobre a escalada das tensões regionais e a interrupção do fornecimento de petróleo.
O petróleo Brent subia 2,95 dólares, ou 4,45%, a US$ 69,2 por barril, às 8h19 (horário de Brasília). Já o petróleo dos Estados Unidos avançava 2,62 dólares, ou 4,28%, a US$ 63,8 por barril, segundo a agência Reuters.
“Esperamos que confrontos de nível moderado a baixo durem pelo menos um mês e provavelmente fiquem limitados ao Iraque”, disse Henry Rome, analista do Irã na Eurasia.
O Iraque, o segundo maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), exporta cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo bruto por dia.
O ataque
Um ataque aéreo no aeroporto de Bagdá matou o major-general Qassem Soleimani, arquiteto da crescente influência militar do Irã no Oriente Médio e um herói entre muitos iranianos e xiitas da região.
Os Estados Unidos confirmaram a autoria do bombardeio ao aeroporto de Bagdá, que matou Soleimani, Abu Mahdi al-Muhandis, chefe de milícia iraquiana apoiada pelos iranianos, e outras seis pessoas.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que uma dura vingança aguarda os “criminosos” que mataram Soleimani.
A embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pediu nesta sexta-feira a todos os cidadãos norte-americanos que deixem o Iraque imediatamente devido à escalada nas tensões.
Entenda a disparada do preço do petróleo
Soleimani era um alto líder das forças militares iranianas e um herói nacional, portanto os especialistas dizem que o impacto geopolítico do atentado será alto.
O colunista Guga Chacra, da GloboNews, afirma que Soleimani era um dos homens mais poderosos do Irã e que sua morte terá consequências geopolíticas gravíssimas.
Ele chefiava a Guarda Revolucionária, uma força paramilitar de elite que responde diretamente ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país há 30 anos.
Tensão no Iraque entre EUA e Irã
As mortes ocorrem em meio a uma escalada de tensão no Iraque que ameaça transformar o país em um campo de batalha entre forças apoiadas por Estados Unidos e Irã no Oriente Médio.
Desde o fim de outubro, militares e diplomatas americanos foram alvo de ataques, e na semana passada um funcionário dos EUA morreu em um bombardeio com foguetes.
A crise subiu de patamar na terça (31), quando milicianos iraquianos invadiram a embaixada americana em Bagdá. Trump acusou o Irã de estar por trás e prometeu retaliação.
A invasão da embaixada foi uma resposta a um ataque americano na fronteira com a Síria que matou 25 combatentes das Forças de Mobilização Popular do Iraque no domingo (29).
Uma hora após a divulgação da morte de Soleimani por agências de notícias, os preços do petróleo no mercado internacional já tinham aumentado 4%. O barril brent era vendido a US$ 68,90.
Fonte: G1
Créditos: G1