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Paris tem protesto contra brutalidade policial e projeto de lei de segurança

Manifestantes encapuzados lançaram projéteis contra a tropa de choque, quebraram vitrines, incendiaram carros e queimaram barricadas durante a manifestação contra a violência policial. A polícia respondeu com rajadas de gás lacrimogêneo

Milhares protestam em Paris neste sábado(5) para denunciar a violência policial e os planos da política de segurança do presidente Emmanuel Macron que, segundo os manifestantes, prejudicariam as liberdades civis.

Os protestos surgiram após o governo apresentar um projeto de lei de segurança no parlamento que visava aumentar suas ferramentas de vigilância. Um dos artigos do projeto prevê punição para a gravação e divulgação de imagens de policiais em ação se feitas de maneira mal intencionada.

Críticos dizem que isso é subjetivo, já que muitos abusos da polícia só vêm a público porque há gravações que comprovam a brutalidade policial, como no caso do espancamento de um produtor negro em Paris, Michel Zecler.

Este é o segundo final de semana consecutivo de protestos. Na semana passada, as manifestações aconteceram em mais de 70 cidades no país e houve confrontos violentos entre manifestantes e a polícia.

Protestos contra força policial

O protesto deste sábado começou com milhares de pessoas marchando pacificamente em Paris quando houve confrontos entre a polícia e grupos de manifestantes, a maioria vestida de preto e com o rosto coberto. Alguns usaram martelos para quebrar pedras de pavimentação.

Manifestantes encapuzados lançaram projéteis contra a tropa de choque, quebraram vitrines, incendiaram carros e queimaram barricadas durante a manifestação contra a violência policial.

A polícia respondeu com rajadas de gás lacrimogêneo.

Os manifestantes marcharam pela capital francesa sob a estreita vigilância da polícia de choque, agitando faixas que diziam “França, terra dos direitos da polícia” e “Retirada da lei de segurança”.

“Estamos caminhando para uma limitação cada vez mais significativa das liberdades. Não há justificativa”, disse Karine Shebabo, moradora de Paris.

Outro manifestante, Xavier Molenat, disse: “A França tem o hábito de restringir as liberdades enquanto prega a importância desses mesmos direitos para os outros.”

Michel Zecler

O espancamento de um homem negro, o produtor musical Michel Zecler, por vários policiais, no final de novembro, intensificou a insatisfação pública. O crime veio à tona depois que um circuito fechado de televisão e imagens de telefones celulares circularam on-line comprovando o excesso policial.

Os críticos disseram que o projeto original tornaria mais difícil responsabilizar a polícia em um país onde alguns grupos de direitos humanos alegam racismo sistêmico dentro das agências de aplicação da lei. Muitos oponentes do projeto de lei dizem que ele vai longe demais, mesmo quando reescrito.

Fonte: G1
Créditos: G1