A paraibana Silvana Pilipenko está desaparecida na Ucrânia. Casada com o comandante de navio Vasili Pilipenko, com quem tem um único filho, Gabriel, uma semana antes de estourar a guerra, ela e o marido decidiram ficar em Mariupol, já que a sogra estava bastante doente e necessitava de cuidados. Paraibana de João Pessoa, a última informação sobre Silvana veio de suas redes sociais, no dia 27 de fevereiro, quando ela fez uma postagem em seu perfil no Instagram. Desde então, ninguém sabe do seu paradeiro.
Ontem (14) o filho, Gabriel, que segue a profissão do pai, recebeu a notícia de que o prédio onde os pais e a avó estavam fora bombardeado. Mas não tem informações se houve mortes.
Silvana conheceu Vasili em São Paulo. Como ele passa meses embarcado, Silvana se divide entre Mariupol e João Pessoa durante o ano.
No dia 26 de fevereiro, Silvana fez uma postagem em seu perfil no Instagram, falando sobre a guerra:
“A guerra tem várias facetas e uma delas é a fome e a sede.
Hoje saímos para comprar alimentos e a maioria dos supermercados estava fechada, os poucos abertos estavam com escassez de produtos. Eu havia feito uma lista, que nem foi seguida, tão pouco concluída. Conseguimos comprar algumas poucas coisas, e também 4 botijões de água com gás. Nós estamos economizando tudo o que temos, porque não sabemos até quando essa situação se estenderá.
No supermercado as pessoas se entreolham, e se ocasionalmente se tocam, há uma solidariedade silenciosa. Há um respeito recíproco, há um entendimento simultâneo; há um bater de coração diferente, um cuidado manso e delicado. A parte linda da guerra é ver o amor aparecer, ainda que acanhado.
Alguns olharam para mim, como a se perguntar: o que faz aqui uma estrangeira? Eu gostaria de responder: – Aprendendo, como você.
A cidade está calada, as pessoas caminham com passos decisivos e apressados, o frio continua. A noite chega, já é a terceira, e antes de adormecer tenho a certeza que falarei com Deus e lhe pedirei que não permita sermos atingidos, que essas paredes suportem, que esse teto de concreto não caia sobre nós, e, se cair, o Senhor nos salvará conforme a sua linda misericórdia.
Oro por todas as pessoas ucranianas, inclusive os soldados, muitos ainda imaturos para viverem uma guerra de verdade; oro pelas crianças inocentes que nada compreendem, mas choram sem saber do porquê; oro pelos idosos, que mereciam viver essa fase da vida com dignidade e calmaria; oro pela paz entre essas nações, onde as armas sejam abaixadas, as mãos estendidas e apertadas entre si.
Oro por muitas coisas e sei que Deus está a inclinar os Seus ouvidos em nossa direção, porque Ele cuida daqueles que o ama e é essa a minha certeza para seguir adiante sem questionar a fé.”
A última postagem de Silvana nas redes sociais, no dia 27 de fevereiro, antes do desaparecimento foi a seguinte:
“Não sabes, não ouviste que o Eterno, Yahweh, o SENHOR, o Criador de toda a terra, não se cansa nem fica exausto? Sua sabedoria é insondável, seu conhecimento incompreensível.
Faz forte ao cansado e multiplica o vigor dos que estão fatigados!
(Isaías, 40:28,29)”.
*Polêmica Paraíba com ParlamentoPB
Fonte: Parlamento PB
Créditos: Polêmica Paraíba