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Papa beatifica religiosos vítimas da violência armada na Colômbia

Após a beatificação, Francisco continuou a missa, que teve um público de aproximadamente 400 mil fiéis, e reforçou a necessidade de reconciliação do povo colombiano

O papa Francisco beatificou nesta sexta-feira, 8, dois religiosos colombianos que foram mortos durante o conflito armado no país. Em 10 de abril de 1948, o sacerdote Pedro María Ramírez Ramas, pároco da igreja San Lorenzo de Armero foi morto por um coletivo armado. Ele foi arrastado pelos homens até uma praça de La Plata, humilhado e morto a golpes de facões.

Segundo bispos colombianos contaram ao papa, Ramos sabia que a Colômbia vivia um período político delicado e, depois do movimento conhecido como Bogotazo, passou a existir a perseguição religiosa no país. Ramos sabia que poderia morrer, mas se recusou a fugir e guardou uma hóstia para comer antes de sua morte.

Mais de 40 anos depois, outro religioso foi vítima da violência na Colômbia. O monsenhor Jesús Emilio Jaramillo Monsalve trabalhava com institutos para camponeses e indígenas em Arauca. Foi ameaçado de morte e no dia 2 de outubro de 1989, quando retornava de uma visita pastoral, foi retido em uma estrada por um grupo armado da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN). Monsalve foi torturado e morto. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte e enterrado na Catedral de Arauca.

As duas histórias foram lidas nesta sexta durante a missa campal realizada pelo papa Francisco em Catama, Villavicencio. “De agora em diante, os dois são proclamados beatos”, afirmou o pontífice. Com isso, a Igreja Católica poderá celebrar os dois religiosos.

Após a beatificação, Francisco continuou a missa, que teve um público de aproximadamente 400 mil fiéis, e reforçou a necessidade de reconciliação do povo colombiano. “O esforço da paz sem a reconciliação será um fracasso”.

Mais tarde, o pontífice se reúne, ao lado do presidente Juan Manuel Santos, com vítimas do conflito armado colombiano, em um dos momentos mais importantes da visita do papa à Colômbia.

Fonte: Es