Mais de 160 pessoas foram detidas na Itália e na Alemanha em uma vasta operação contra a máfia calabresa. É um duro golpe contra a poderosa organização, com ramificações em setores importantes das economias italiana e alemã, nos quais a extorsão e as ameaças obrigavam empresários, entre donos de restaurantes, pizzarias e panificadoras, a comprar seus produtos.
Entre os detidos figura o presidente da província de Crotone, Nicodemo Parrilla, assim como vários gerentes e funcionários locais, além de mafiosos que receberam novas ordens de prisão, apesar de já estarem atrás das grades.
As autoridades apreenderam produtos no valor de 50 milhões de euros, segundo os investigadores coordenados pela Direção Anti-Máfia de Catanzaro (sul da Itália).
A poderosa rede operava principalmente na região de Ciró Marina, no extremo sul da Itália, onde se infiltrou em setores rentáveis como a produção de vinho, azeite e farinha, assim como no recolhimento e reciclagem de lixo, serviço funerário e lavanderia profissional.
A organização era liderada, da prisão, por Giuseppe Farao, um chefão mafioso de 70 anos, que cumpre condenação à prisão perpétua, mas que continua instruindo seus filhos, netos e associados.
O lema de Farao é o de “limitar o uso de ações violentas, assim como os conflitos internos porque prejudicam os negócios”, segundo um comunicado da polícia.
O clã Farao lavava os lucros em empresas de Nápoles, Toscana e até mesmo na Alemanha. A polícia alemã informou ter detido 11 suspeitos, todos acusados de chantagem e lavagem de dinheiro.
Segundo as autoridades italianas, a organização contava com células em Frankfurt, Wiesbaden, Munique e Stuttgart, onde, graças a seus métodos, conseguiu o monopólio do fornecimento de vinho, queijos, azeites e molhos para pizza.
Fonte: Valor Econômico
Créditos: FolhaPress