O escritório brasileiro da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres) divulgou uma nota hoje (22) condenando as práticas de assédio e constrangimento promovidas por torcedores brasileiros na Copa da Rússia.
“É inaceitável a intenção deliberada de alguns torcedores brasileiros de assediar sexualmente mulheres durante a Copa do Mundo, valendo-se de constrangimento, engano, e assim violando os direitos humanos das mulheres”, afirmou a representante da entidade, Nadine Gasman, no comunicado.
Segundo ela, ao utilizar palavras de baixo calão, torcedores reduziram as mulheres a objetos sexuais em um exemplo de como a misoginia “assume diferentes formas e não tem fronteiras, ocorrendo em um evento que se propõe a promover a integração dos povos e a união pelo esporte”.
Em entrevista à Agência Brasil, a representante da ONU Mulheres Brasil afirmou que a repercussão pública dos fatos evidencia uma consciência maior sobre o problema. “O fato da reação aos vídeos na mídia e nas redes sociais fala de uma mudança importante. É um repúdio ao machismo e uma forma de mostrar que em 2018 você não pode fazer isso mais”, analisou Nadine
Episódios
Desde o início da Copa, circularam nas redes sociais diferentes registros em que torcedores brasileiros constrangem e assediam mulheres. Em um dos casos, turistas brasileiros se aproveitam do fato do desconhecimento do português de uma mulher russa para induzi-la a pronunciar termos ofensivos. Em outro, uma jornalista foi constrangida enquanto tenta realizar seu trabalho.
O ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, divulgou nota condenando as atitudes de torcedores com torcedoras russas.
A Polícia Militar de Santa Catarina abriu inquérito contra um tenente identificado em um dos episódios. A seccional de Pernambuco da Ordem dos Advogados também divulgou nota repudiando os episódios e fazendo referência a outro torcedor identificado, advogado residente no estado.
Fonte: Agência Brasil
Créditos: Agência Brasil