O papa Francisco pediu nesta terça-feira, 16, respeito aos “direitos” e à “cultura” dos povos nativos em seu primeiro discurso diante da presidente do Chile, Michelle Bachelet, que o recebeu no Palácio da Moeda.
“É preciso ouvir (…) os povos nativos, frequentemente esquecidos e cujos direitos precisam ser atendidos e sua cultura preservada, para que não se perca parte da identidade e riqueza desta nação”, disse o papa, que se reunirá com representantes do povo mapuche na quarta-feira durante sua visita a Temuco, no sul do país.
No Chile, o papa Francisco lembrou que a defesa do meio ambiente e dos povos nativos pode ser uma grande contribuição para o país Foto: EFE/Esteban Garay
O papa argentino, que chegou na noite de segunda-feira ao Chile em sua sexta visita à América Latina – na qual também passará pelo Peru -, lembrou que a defesa do meio ambiente e dos povos nativos pode ser uma grande contribuição para o país. “Com eles podemos aprender que não há um verdadeiro desenvolvimento em um povo que dá as costas para a terra e para tudo e todos que a rodeiam.”
Ele também pediu que a população “escute” os imigrantes, que “batem às portas deste país em busca de melhores condições de vida, e com a força e a esperança de querer construir um futuro melhor para todos”.
Abusos
Francisco expressou sua dor e vergonha pelos abusos cometidos por religiosos contra menores, manchando a imagem da Igreja Católica. “Não posso deixar de manifestar a dor e a vergonha que sinto ante o dano irreparável causado a crianças por parte de ministros da Igreja”, afirmou.
“Temos de nos empenhar para que isso não volte a se repetir”, acrescentou, em meio a aplausos. “Quero me unir a meus irmãos no episcopado, já que é justo pedir perdão e apoiar com todas as forças as vítimas, ao mesmo tempo em que temos de nos empenhar para que isso não volte a se repetir”, enfatizou.
A ONG americana Bishop Accountability – que desde 2003 se dedica a publicar os arquivos de abusadores dentro da Igreja Católica – difundiu na semana passada uma lista de religiosos que abusaram de menores no Chile. / AFP
Fonte: Estadão
Créditos: O Estado de S. Paulo