Na noite de sábado (5), o programa de debates ‘Podemos Hablar’, do canal Telefe, recebeu o médico e secretário de Segurança de Buenos Aires Sergio Berni. Ele revelou ter integrado a equipe que avaliou a saúde de Diego Maradona em 2001, quando o então jogador tinha 41 anos. “Diagnosticamos os primeiros sintomas precoces de cardiomiopatia dilatada”, disse o cirurgião.
Em explicação simplista, esse distúrbio produz alterações no músculo cardíaco e prejudica o bombeamento de sangue a partir do coração. Para surpresa geral de quem o entrevistava e o assistia, Berni contou que a morte abrupta do maior ídolo esportivo da Argentina já era prevista. “Não foi um choque quando eu soube”, afirmou.
“Sou daqueles que acreditam que o Diego estava preparando isso, ele estava procurando por isso. Nós que temos uma relação com o paciente, vemos isso, vemos a relação entre vida e morte, quando o paciente se entrega”, esclareceu. “Diego se entregou.” Dr. Berni acredita que agora Maradona “encontrou a paz de que precisava”.
Visivelmente triste pela morte do paciente e amigo, o médico ressaltou o peso da fama e das cobranças familiares no quadro clínico do ‘Diez’. “Os últimos anos de Maradona foram um tormento, realmente foram um tormento. Ser Maradona fez mais mal a ele do que qualquer uma das doenças e vícios. Ele estava em um ambiente prejudicial. Encontrou paz nesse caminho”.
Neste ano, vários veículos da imprensa argentina noticiaram que Maradona tratava uma severa depressão. Ele também havia sido medicado com ansiolíticos. Um dos motivos seria a rejeição. O atleta que seduziu tantas mulheres ao longo da vida não conseguiu convencer a última namorada, Rocío Oliva, a se reconciliarem. Ela sequer atendeu ao pedido para visitá-lo em seu aniversário de 60 anos, 25 dias antes de o sofrido coração de Maradona parar.
Questões emocionais à parte, o icônico atleta pode ter sido vítima de negligência. É a suspeita que paira sobre seu médico pessoal, Leopoldo Luque. Há uma investigação em curso. Ele não teria considerado as possíveis sequelas de um tombo, quando Maradona bateu a cabeça, e sido relapso no monitoramento da saúde do ex-jogador após uma cirurgia para tratar um hematoma no cérebro. Ele morreu vinte dias depois do procedimento.
Fonte: Terra
Créditos: Polêmica Paraíba