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Guru é condenado à prisão perpétua por estupro de uma discípula adolescente

Asaram, de 77 anos, era acusado de ter agredido sexualmente uma jovem com o pretexto de exorcizar espíritos malignos.

A justiça indiana condenou nesta quarta-feira (25), o influente guru Asaram Bapu à prisão perpétua pelo estupro de uma discípula adolescente, informou um de seus advogados, em um contexto de segurança reforçada em vários pontos do país pelo temor de distúrbios.

Asaram, um guru de 77 anos que dirige centenas de ashrams – centros de meditação e ensino hinduísta – dentro e fora da Índia, era acusado de ter agredido sexualmente uma jovem de 16 anos em 2013 em Rajastha, oeste da Índia, com o pretexto de exorcizar espíritos malignos.

O guru alega que tem ex-primeiros-ministros e presidentes indianos entre seus adeptos.

As condenações de personalidades do mundo político e espiritual são consideradas sensíveis na Índia, pois estas pessoas são seguidas por milhões de adeptos com grande devoção, o que provoca o temor de uma explosão de violência.

“Asaram foi condenado à prisão perpétua, até sua morte”, afirmou à AFP Rajendra Singh, um dos advogados do réu.

A defesa de Asaram anunciou imediatamente a intenção de recorrer contra a sentença.

Por precaução, as autoridades anunciaram que várias regiões do país se encontram em estado de alerta, milhares de policiais foram mobilizados para evitar distúrbios por parte dos seguidores de Asaram.

No ano passado, a condenação por estupro de outro guru famoso, Gurmeet Ram Rahim Singh, provocou distúrbios entre seus adeptos que terminaram com 38 mortos.

Chamado de “Babuji”, Asaram sempre negou o estupro da adolescente e denunciou os processos judiciais como uma conspiração política. O guru prega a seus discípulos a renúncia aos desejos sexuais.

Mas esta não é a única acusação que pesa contra ele: em outros processos, que ainda aguardam veredicto, o guru é acusado por outro estupro e pelo envolvimento no assassinato de dois estudantes em um de seus ashrams.

Testemunhas mortas

Pelo menos dois ex-colaboradores, que se voltaram contra o líder espiritual e se tornaram testemunhas importantes nas investigações, foram assassinados em 2014 e 2015.

Os discursos de Asaram, um mestre da ioga, atraíam grandes multidões.

Apesar do abalo em sua imagem com os problemas na justiça, mantém uma grande base de discípulos no oeste da Índia. Sua organização é avaliada em centenas de milhões de dólares.

Assim como Asaram, outros poderosos gurus da Índia estão envolvidos em escândalos que misturam espiritualidade, dinheiro e poder.

Muitos indianos consideram que os ensinamentos dos gurus abrem o caminho para um despertar espiritual.

Mas para os críticos, estes líderes espirituais modernos não passam de charlatães que utilizam a religião para obter fama, poder e riqueza.

Fonte: O Dia
Créditos: O Dia