O Departamento de Segurança Doméstica dos EUA cogita enviar brasileiros que entraram de forma ilegal no país de volta ao México enquanto eles aguardam o desfecho de seus processos judiciais de imigração.
As deliberações —segundo informações de dois oficiais, um americano e um mexicano— ocorrem após uma alta no número de brasileiros que viajam até a fronteira terrestre entre EUA e México para pedir asilo às autoridades americanas.
O governo de Donald Trump também analisa o envio dos brasileiros a outros países.
Se o plano for executado, os imigrantes podem ser deportados para o México sob o programa conhecido como Protocolos de Proteção a Migrantes. Mais de 57 mil não mexicanos já foram devolvidos ao território do país latino desde que a política foi lançada, há cerca de um ano, segundo o Departamento de Segurança Doméstica (DHS, na sigla em inglês).
O programa foi desenvolvido com foco apenas nos migrantes vindos de países de língua espanhola —a inclusão de brasileiros não estava prevista.
Heather Swift, porta-voz do DHS, não confirmou nem negou a possibilidade da transferência dos brasileiros. O órgão “está continuamente buscando meios para expandir e fortalecer o programa para incluir novas regiões, populações e procedimentos”, disse.
Autoridades mexicanas e brasileiras não se manifestaram sobre a questão.
A inclusão de brasileiros nos Protocolos de Proteção a Migrantes passou a ser considerada depois que o número de imigrantes do país detidos na fronteira entre EUA e México aumentou em 2019. Foram 17.900 desde o início de outubro— uma alta de 1.500 em comparação com o mesmo período de 2018.
Os brasileiros correspondem a uma pequena parcela do total de 850 mil pessoas detidas no ano passado na travessia entre o México e os EUA. No entanto, enquanto o número global apresentou queda, o de brasileiros tem subido, de acordo com o CBP (Proteção de Fronteira e Alfândega, na sigla em inglês).
Uma alternativa também cogitada por Washington é o envio a Honduras —os dois fecharam um acordo sobre asilo no ano passado. Um diplomata hondurenho disse à Reuters no início de janeiro que o país havia concordado em receber brasileiros, guatemaltecos, mexicanos, nicaraguenses e salvadorenhos a partir do fim de janeiro ou do início de fevereiro.
Fonte: Folha de S.Paulo
Créditos: Folha de S.Paulo