A erupção do vulcão de Fogo na Guatemala deixou 25 mortos e pode ter afetado mais de 1,7 milhão de pessoas, de acordo com o balanço divulgado na noite de domingo (3). Grandes colunas de fumaça e fragmentos obrigaram as autoridades a retirar centenas de moradores de suas casas. A erupção deste vulcão neste domingo foi a segunda deste ano e uma das mais violentas em décadas.
O porta-voz da Coordenadora Nacional para a Redução de Desastres (Conred), David de León, disse ainda, às 21h (horário local, 0h em Brasília), que 3 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e 653 foram levadas para abrigos nos departamentos de Escuintla (sul) e Sacatepéquez (oeste).
O vulcão, de 3.763 metros de altura, fica entre os departamentos de Escuintla, Chimaltenango e Sacatepéquez. Esse três departamentos foram os mais afetados pela erupção, que é considerada a mais forte desde 1974.
A cinza lançada pelo monte atingiu os 10.000 metros de altura acima do nível do mar e o aeroporto internacional La Aurora teve que ser fechado.
As imagens exibidas na televisão e divulgadas nas redes sociais mostram corpos no chão, assim como veículos e casas destruídos pela erupção.
Aldeia isolada
De León indicou que as tarefas de busca de corpos e desaparecidos foram suspensas durante a noite por falta de luz e pelo perigo para as equipes, de acordo com a France Presse.
Sergio Cabañas, chefe da Agência Nacional de Gerenciamento de Desastres (Conred) do país, disse a uma estação de rádio local que um fluxo de lava havia mudado de rumo para a aldeia de El Rodeo. “Infelizmente El Rodeo foi enterrado e não conseguimos chegar à aldeia La Libertad por causa da lava e talvez haja pessoas que morreram lá também”, declarou.
A erupção acabou após 16 horas e meia de atividade, mas existe a probabilidade de uma retomada, afirmou o Instituto de Vulcanologia, que recomendou medidas de precaução.
O presidente Jimmy Morales decretou três dias de luto e estado de emergência ou calamidade em Escuintla, Sacatepéquez e Chimaltenango, mas a medida ainda precisa ser ratificada pelo Congresso.
Em setembro de 2012, houve a última emergência por erupção no país, o que resultou na retirada de 10 mil habitantes localizados em localidades ao sul do vulcão.