Com a escalada da crise diplomática desencadeada pela fala de Lula (PT) comparando os ataques à Faixa de Gaza ao Holocausto e os episódios envolvendo o embaixador brasileiro em Israel, a Embaixada de Israel optou por baixar a tensão e “esperar a poeira baixar”.
Fontes da Embaixada relataram que o objetivo é tentar voltar para os debates e discussões diplomáticas com menos tensões. Nesta quarta, 21, o jornal OGlobo noticiou que o governo brasileiro cogitava expulsar o embaixador de Israel, Daniel Zonshine.
Um passo no caminho do esfriamento das tensões se deu na manhã desta quarta, 21, com a nota da Embaixada que informou que o embaixador não irá ao ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se defender das investigações sobre golpe de Estado, no próximo domingo, 25.
Em sequência às falas de Lula no domingo,18, se deram vários desdobramentos diplomáticos, como a convocação do embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, que depois foi acionado para retornar ao Brasil para consultas. O embaixador de Israel no Brasil, Zonshine, também foi chamado para uma reunião com o chanceler brasileiro Mauro Vieira.
Os embates com Israel trouxeram a Lula conflitos na política interna, como a fala do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cobrando que o mandatário se desculpe, queixas do líder de governo Jaques Wagner (PT-BA), que é judeu se sentiu ofendido. A oposição organizou um pedido de impeachment, que não deve prosperar por falta de apoio político. Isso tudo somado às manifestações de repúdio de comunidades ligadas ou de representantes de Israel.
Já na política externa, o receio do governo é que as rusgas provocadas com Israel ofusquem a reunião de embaixadores do G20 que acontece no Rio de Janeiro, nesta quarta, 21. O Brasil atualmente preside o grupo que reúne as maiores economias do mundo. Ao longo de 2024 serão realizadas diferentes encontros setoriais até a cúpula com presidentes e representantes de governos, em novembro.
Fonte: Terra
Créditos: Terra