Em meio à espera do retorno à Venezuela do líder opositor e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, a oposição se organiza nesta segunda-feira, 4, para realizar novas manifestações, enquanto o regime chavista reforça a segurança em todo o país e no Aeroporto Internacional de Maiquetía, de acordo com informações do portal de notícias Infobae.
“No terminal de aviação geral há funcionários da inteligência militar e do Sebin (serviço secreto venezuelano). Pensamos que era por causa do carnaval, que sempre exige a presença de mais funcionários, mas a volta de Guaidó deixou o ambiente sob tensão. Há muita desconfiança entre civis e militares”, disse uma fonte ligada aos funcionários do aeroporto, segundo o Infobae.
Apesar disso, ainda não se sabe se Guaidó já entrou em segredo no país, como quando saiu há dez dias, segundo ele ajudado por militares venezuelanos na fronteira com a Colômbia.
Voy camino a casa. Regreso a seguir trabajando por nuestra ruta y a fortalecer la presión interna que nos permita liberar a nuestro país.
Les pido escuchen, difundan este audio y salgan a las 11 am a las calles #VamosVzlahttps://t.co/9DxZExZtCv#4MVzlaALaCalle
— Juan Guaidó (@jguaido) 4 de março de 2019
Guaidó prometeu retornar ao país a qualquer momento e convocou a população para uma mobilização nacional a partir das 11h (12h em Brasília) nesta segunda. Em Caracas, a concentração está organizada para a Avenida de Las Mercedes, a principal da capital.
“Nossa missão é insistir, persistir até alcançá-lo e resistir aos últimos esforços inúteis de quem sabe que está de saída. Venezuela, vamos todos, vamos juntos, que enquanto estivermos unidos nada poderá nos deter”, escreveu o líder opositor nesta segunda-feira no Twitter.
No domingo, Guaidó fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais e apresentou um balanço de sua viagem por cinco países da América do Sul: Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador. Segundo ele, foi firmada uma “coalizão” internacional em favor da democracia. “As opções de recuperação econômica estão sobre a mesa. Isso está acompanhado da mobilização cidadã e do povo venezuelano”, destacou.
A volta de Guaidó à Venezuela põe o governo em um dilema: se o prender, provocará uma forte reação internacional e interna, e se o deixar livre, colocará em evidência certa fraqueza.
Ameaças
O comportamento de Juan Guaidó será analisado pelos órgãos do governo de Nicolás Maduro, disse nesta segunda a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez. Segundo ela, as ações do opositor serão avaliadas por instituições sólidas e sustentáveis.
“Seu comportamento e suas atividades serão cuidadosamente analisados pelas instituições do Estado. Medidas apropriadas serão tomadas”, disse a vice-presidente, lembrando que também serão analisadas suas ações nas visitas aos países vizinhos. Para Delcy, Guaidó expôs negativamente a Venezuela. “Como venezuelana, tenho vergonha alheia por ver uma pessoa não se limitar ao ridículo nacional e seguir para o ridículo internacional”, disse.
Ameaçado pelo governo Maduro de prisão, o presidente interino disse não temer os riscos de retornar à Venezuela. De acordo com ele, seu regresso ao país é acompanhado pelo mundo e pelo povo venezuelano.
Hoy, a las 11 am, todos volvemos a las calles.
No podemos celebrar mientras un régimen usurpador bloquea el acceso de la ayuda humanitaria y mueren cientos de personas por falta de medicinas y alimentos.#VamosJuntosALaCalle pic.twitter.com/rmcvjaqqsJ
— Juan Guaidó (@jguaido) 4 de março de 2019
Fonte: Estadão Conteúdo
Créditos: Estadão Conteúdo