Duas crianças estão morando em uma cidade rural da China, sem fazer ideia de que seu pai, um britânico, está morto. E quem o assassinou foi a mãe das crianças, uma mulher chinesa.
Jack, de sete anos, e Alice, de seis, tampouco sabem que estão no centro de uma tensa batalha de guarda entre seus avós britânicos e chineses.
As crianças estão dividindo um quarto com seu primo após serem levadas para a cidade de Nanzhang, depois que sua mãe, Weiwei Fu, foi condenada a passar o resto de sua vida na prisão.
O pai das crianças, Michael Simpson, de 34 anos, foi esfaqueado e morto pela mulher, de quem estava separado, em seu apartamento em Xangai, em novembro. O assassinato teria ocorrido após uma briga entre os dois. Outra mulher com quem Simpson estava no apartamento também foi ferida.
Michael e Weiwei se conheceram e se casaram depois que ele se mudou para a China a trabalho. Eles estavam vivendo em casas separadas havia um ano e, segundo a família de Michael, as crianças passavam mais tempo com ele.
Agora, os pais dele, Ian e Linda, querem as crianças morando com eles no Reino Unido, onde dizem que terão uma vida e educação melhores. Eles prometem que manterão contato com a família chinesa, deixando as crianças aprender mandarim e visitar o país anualmente.
“Perder Michael deixou um buraco na nossa família”, diz o pai. “Se tirarem as crianças agora de nós também, é como se destruíssem a família inteira.”
O casal esperava chegar a um acordo com a família chinesa após o julgamento da mãe. Eles estavam preparados a abrir mão de seu pedido de compensação financeira e, em vez disso, ofereceram dinheiro e um “perdão oficial” aos parentes que estão cuidando das crianças.
O “perdão” reduziria a condenação de Weiwei Fu – tudo em troca da guarda de Jack e Alice. Mas não houve acordo.
A família Fu “não nos deixa vê-los… E não negociam conosco”, diz Ian.
Os avós acusam o irmão de Weiwei de extorsão. Eles dizem que ele se encontrou com o advogado deles antes do julgamento e pediu pagamento de mais de 60 mil libras (quase R$ 300 mil) pela guarda das crianças.
“Não posso acreditar que eles deixariam a filha deles ficar presa por tanto tempo, só por isso”, diz Ian.
A família chinesa nega estar usando as crianças para conseguir dinheiro dos outros avós.
Uma audiência sobre a custódia das crianças deve acontecer nas próximas semanas.
Fonte: UOL
Créditos: UOL