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Coreia do Sul diz que Kim Jong-un não passou por cirurgia

As especulações sobre a saúde de Kim surgiram depois que ele não compareceu a uma cerimônia em homenagem ao aniversário de seu avô, fundador do regime, em 15 de abril

A agência de espionagem da Coreia do Sul disse a parlamentares nesta quarta-feira (6) que não acredita que o líder norte-coreano Kim Jong-un tenha passado por uma cirurgia cardíaca no mês passado e determinou que sua ausência de três semanas provavelmente estava ligada a temores pela pandemia de coronavírus.

Autoridades do Serviço Nacional de Inteligência disseram a um comitê parlamentar que os relatos de cirurgia cardíaca, originalmente publicados pelo site sul-coreano Daily NK e depois amplificados pela mídia ocidental, eram “infundados”.

“Ele normalmente desempenhava suas funções quando estava fora dos olhos do público”, disse Kim Byung-kee, do Partido Democrata, no poder, descrevendo os relatórios de inteligência em um briefing com repórteres.

As especulações sobre a saúde de Kim surgiram depois que ele não compareceu a uma cerimônia em homenagem ao aniversário de seu avô, fundador do regime, em 15 de abril.

Os rumores de sua morte foram dissipados quando Kim reapareceu na mídia estatal no último sábado, 2, com extensas imagens dele abrindo uma fábrica de fertilizantes no dia anterior, diante de uma multidão aplaudindo, todos usando máscaras.

Autoridades nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, falando sob condição de anonimato para discutir informações confidenciais, disseram que Kim se retirou para um resort de praia em Wonsan, na costa leste do país, depois de descobrir em meados de abril que subordinados em sua vizinhança haviam relatado febres.

O hiato não foi a primeira ausência de Kim aos olhos do público este ano. Ele ficou em silêncio por três semanas entre o final de janeiro e fevereiro e não foi visto na mídia estatal por mais 13 dias entre meados e final de fevereiro.

Kim Byung-kee disse que o líder norte-coreano fez apenas 17 aparições públicas este ano, em comparação com uma média de 50 no mesmo período nos anos anteriores, dado que o NIS associou a um possível surto de coronavírus na Coreia do Norte.

O NIS disse que o vírus poderia ter entrado no país pela China antes que a fronteira entre os dois países fosse fechada no final de janeiro.

“Não se pode descartar que houve um surto na Coreia do Norte”, disse Kim Byung-kee. “Kim Jong-un se concentrou na consolidação de assuntos internos, como forças militares e reuniões entre partidos e estados, e as preocupações com o vírus da gripe têm limitado ainda mais sua atividade pública.”

O NIS disse que o fechamento prolongado da fronteira aumentou as dificuldades econômicas do povo norte-coreano e elevou temporariamente o preço de importações de itens como especiarias e açúcar, bem como a taxa de câmbio do dólar em relação à moeda local.

Isso, por sua vez, causou um surto de pânico entre os moradores de Pyongyang, afirmou, o que forneceu mais combustível para o boato sobre a saúde do ditador.

Desde então, as autoridades reprimiram o acúmulo e aumentaram as importações emergenciais de alimentos, permitindo que os preços se estabilizassem, disse o NIS.

Enquanto isso, não há sinal de desaceleração nos esforços da Coreia do Norte para melhorar sua capacidade de defesa antimísseis, com testes de armas continuando em ritmo acelerado este ano.

O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais divulgou imagens de satélite na terça-feira (5) que mostram uma nova instalação perto do Aeroporto Internacional de Pyongyang Sunan.

Um edifício dentro da instalação é grande o suficiente para acomodar um míssil balístico intercontinental Hwasong-15 elevado “e, portanto, toda a variedade de mísseis balísticos conhecidos da Coreia do Norte”, afirmou o Centro.

Fonte: Terra
Créditos: Terra