Lojas, restaurantes e escolas serão fechados em quase toda a Itália a partir de segunda-feira (13/03), com o premiê Mario Draghi alertando sobre uma “nova onda” do surto do coronavírus.
Durante três dias durante a Páscoa, de 3 a 5 de abril, haverá uma paralisação total.
A Itália, que há um ano impôs um dos primeiros bloqueios nacionais, está mais uma vez lutando para conter a rápida disseminação de infecções.
O país registrou mais de 100 mil mortes relacionadas à Covid, a segunda maior contagem da Europa depois do Reino Unido.
A campanha de vacinação da Itália foi afetada por atrasos, como aconteceu em outras partes da União Europeia.
A empresa farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca revisou para baixo a quantidade de vacina que poderá fornecer à União Europeia, culpando as restrições à exportação impostas por alguns países. A empresa não deu mais detalhes.
Em janeiro, a empresa anunciou um grande corte nas 100 milhões de doses que seriam entregues à UE em março, gerando uma disputa pública com a Comissão Europeia.
Na semana passada, o governo em Roma bloqueou a exportação de 250 mil doses da vacina Oxford-AstraZeneca para a Austrália para resolver o déficit de vacinas na Europa.
Bulgária, Dinamarca e Noruega suspenderam o uso da vacina Oxford-AstraZeneca por temer que ela cause coágulos sanguíneos.
A Organização Mundial de Saúde disse na sexta-feira que não há indícios de que isso seja verdade, destacando que os países não devem parar de usar a vacina.
Quais são as novas regras na Itália?
A partir de segunda-feira, escolas, lojas e restaurantes fecharão em mais da metade da Itália, incluindo as duas regiões mais populosas, o que inclui Roma e Milão.
Os residentes serão obrigados a permanecer em casa, exceto por motivos de trabalho, saúde ou outros motivos essenciais.
As restrições extras durariam até a Páscoa, disse o escritório de Draghi, e no fim de semana da Páscoa todo o país entraria na “zona vermelha” de alto risco.
“Estou ciente de que as restrições de hoje terão consequências na educação de seus filhos, na economia e na saúde mental de todos”, disse Draghi.
“Mas são necessários para evitar um agravamento da situação que exigiria medidas ainda mais rígidas.”
Os casos têm aumentado em toda a Itália nas últimas seis semanas, ultrapassando 25 mil por dia.
Na maioria das regiões do país, “os hospitais e sobretudo as unidades de terapia intensiva já estão sobrecarregados”, alertou esta semana a entidade de saúde GIMBE, segundo a agência de notícias AFP.
A ilha da Sardenha é a única região onde as taxas de infecção são baixas.
A Itália teve quase 3,2 milhões de infecções confirmadas desde o início do surto no ano passado.
Como estão os outros países europeus?
A Polônia registrou quase 21.049 novos casos diários no sábado, o maior número desde novembro.
A Alemanha relatou um rápido aumento nas infecções entre crianças em idade escolar com novas variantes.
Na França, o número de pacientes em unidades de terapia intensiva ultrapassou 4 mil, o número mais alto em mais de três meses. Alguns pacientes estão viajando de avião pelo país para encontrar leitos disponíveis. O governo não descartou mais bloqueios regionais.
A Eslováquia e a República Tcheca foram atingidas por crises governamentais devido à compra de vacinas não aprovadas pela UE.
Fonte: IG
Créditos: IG