Trégua

Com abstenção dos EUA, o Conselho da Organização das Nações Unidas aprovou, pela primeira vez, um cessar-fogo

Resolução aprovada no Conselho de Segurança é a primeira a demandar o fim das hostilidades entre Israel e Hamas

Imagem: Angela Weiss/AFP
Imagem: Angela Weiss/AFP

Com a ausência dos Estados Unidos, o Conselho de Segurança da ONU finalmente aprovou uma resolução que exige a imediata implementação de um “cessar-fogo” em Gaza. Este acordo de trégua estaria em vigor durante o mês sagrado do Ramadã, durante o qual os governos da região, potências, Israel e o Hamas buscarão alcançar um acordo duradouro. Além disso, a resolução também inclui a exigência de libertação imediata dos reféns mantidos pelo Hamas e a abertura de Gaza para assistência humanitária internacional.

14 votos de apoio foram dados ao texto, com apenas uma abstenção por parte do governo de Joe Biden. Esse gesto dos Estados Unidos representa uma mudança significativa em sua postura e evidencia um crescente desentendimento entre Joe Biden e Benjamin Netanyahu. A aprovação aumenta a pressão sobre Israel, bem como sobre o Hamas.

O aval dado ainda coincide com a divulgação, no mesmo dia, de um relatório das Nações Unidas que pela primeira vez menciona o “genocídio” enfrentado pelo povo palestino.

Esta foi a quinta tentativa de votar um cessar-fogo em um conflito que resultou em mais de 32 mil mortes. A aprovação na ONU ocorre enquanto as negociações de trégua conduzidas em Doha estão sendo intermediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito.

Após a votação, houve um incomum aplauso no Conselho, que já estava abalado devido a meses de paralisia. “Esta resolução deve ser posta em prática. Seria imperdoável falhar”, declarou o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O embaixador da Argélia, Amar Bendjama, falou em nome dos países árabes e enfatizou que a aprovação era um sinal de que os palestinos não seriam esquecidos. “Esse derramamento de sangue tem durado tempo demais e precisa ter um fim”, expressou.