Seis barcos e três aviões patrulhavam nesta sexta-feira a zona de uma explosão no Atlântico Sul onde pode ter desaparecido o submarino argentino “ARA San Juan”, mas não há mais esperanças de encontrar os 44 tripulantes com vida.
“Temos que encontrar o submarino no fundo do mar. A zona é grande, o meio é hostil e a busca é muito difícil”, afirmou o porta-voz naval, capitão de navio Enrique Bibal, ao dar o primeiro boletim diário.
A Armada anunciou nesta quinta-feira o registro de um ruído violento e repentino compatível com uma explosão no Atlântico, horas depois do último contato do “ARA San Juan” com a base em 15 de novembro.
A confirmação da explosão também coincide com as hipóteses levantadas de que o submarino sofreu um acidente repentino logo após sua última comunicação, quando avisou a base sobre uma avaria nas baterias.
Uma explosão repentina em imersão poderia explicar a ausência de sinais de emergência, como liberar balsas, ou radiobalizas para ajudar no resgate, como indicam os procedimentos navais habituais.
“Quero dizer ao almirante (Marcelo Srur, chefe naval) que ele não está em condições de ter uma força sob seu comando, que deve ir embora, e ao presidente (Mauricio Macri) que ponha ordem nisso”, reclamou María Rosa Belcastro, parente de um tripulante falando à imprensa em Mar del Plata (400 km ao sul da capital), a cuja base naval a embarcação deveria ter chegado na segunda-feira.
– Tristeza –
A maioria se negou a falar com os jornalistas e deixou discretamente a base naval para chorar seus entes queridos na intimidade. Mas muitos parentes não ocultavam sua revolta ante o que consideraram uma informação de que todos os tripulantes estariam mortos.
A versão oficial da Armada diz textualmente: “Tratou-se de um evento anômalo, singular, curto e não nuclear consistente com uma explosão. Está faltando saber onde está o submarino e a que profundidade”.
As buscas se intensificaram nesta zona com navios oceanográficos com sondas de varredura e aviões com detectores magnéticos.
Cerca de 4.000 efetivos procuram o “ARA San Juan” em navios e aviões da Argentina, Alemanha, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Reino Unido e Uruguai.
Fonte: IstoÉ
Créditos: IstoÉ