O Banco Central da China decidiu nesta sexta-feira (24) que todas as transações financeiras com criptomoedas são ilegais, o que representa uma uma intensificação da repressão sobre esse tipo de operação e comércio.
“As atividades comerciais vinculadas a moedas virtuais são atividades financeiras ilegais”, anunciou o BC da China em um comunicado, que também afirma que isto “coloca em grave perigo os ativos das pessoas”.
O Bitcoin caiu quase 5%, para US$ 42.874, depois do anúncio do banco central da China, segundo a agência Reuters.
Com a medida, bolsas estrangeiras ficam proibidas de fornecer serviços relacionados a criptomoedas a investidores do continente via internet.
A cotação das criptomoedas, incluindo o bitcoin, registrou grandes flutuações nos últimos meses. Isso se deu, em parte, devido às regulamentações chinesas, que pretendem prevenir a especulação financeira e a lavagem de dinheiro.
Em maio, as autoridades chinesa já tinham proibido bancos e firmas de pagamento de fornecer serviços relacionados a transações de criptomoeda.
O que está proibido
Em seu comunicado, o Banco Central da China adverte que aqueles que não respeitarem as normas serão “investigados por responsabilidade penal, de acordo com a lei”, reforçando a linha dura adotada pelo país contra os rivais digitais à emissão de dinheiro pelo governo.
A decisão proíbe todas as atividades financeiras vinculadas com criptomoedas, como:
o comércio com criptomoedas,
a venda de “tokens”,
transações que envolvem derivados de criptomoedas, e
“arrecadação de fundos ilegais”.
O Banco Central da China afirmou que, nos últimos anos, “o comércio e a especulação com bitcoin e outras moedas virtuais se estenderam, alterando a ordem econômica e financeira, aumentando a lavagem de dinheiro, a arrecadação de fundos ilegais, os esquemas de pirâmides e outras atividades criminosas e ilegais”.
Dificuldade de controle dos governos
O bitcoin, a moeda digital mais importante do mundo, e outras criptomoedas não podem ser rastreadas pelo Banco Central de um país, o que dificulta sua regulamentação.
Os analistas opinam que a China teme a proliferação de investimentos ilícitos e a arrecadação de fundos de criptomoedas na segunda maior economia do planeta, que também tem regras rígidas sobre a saída de capital.
Esta ofensiva contra as criptomoedas também abre as portas para que a China introduza sua própria moeda digital, o que já está em processo, o que permitiria ao governo central controlar as transações.
As autoridades chinesas informaram em junho que mais de mil pessoas foram detidas por lucrar com atividades criminosas para comprar criptomoedas.
Várias províncias importantes do país já haviam proibido a operação criptomoedas desde o início do ano.
Numa iniciativa em direção contrária, El Salvador se tornou em 7 de setembro o primeiro país a instaurar o bitcoin como uma moeda de curso legal, assim como o dólar, divisa que vigora na economia do país da América Central há 20 anos.
Dez dias depois, 1,1 milhão de salvadorenhos tinham o sistema “Chivo”, com o qual podem fazer transações em bitcoins. O dispositivo é uma carteira eletrônica que salvadorenhos dentro e fora do país podem baixar no celular para fazer transações nesta criptomoeda.
Fonte: G1
Créditos: G1