Eu te desafio: faça uma pesquisa rápida no Instagram e veja as fotos de Bali. Aposto que será seu próximo destino ou entrará na lista dos lugares para conhecer antes de morrer.
Bali me atraiu o ano inteiro pelas fotos de pessoas maravilhosas, vegetação abundante, cachoeiras de deixar a Chapada dos Veadeiros no chinelo, praias paradisíacas, esportes radicais e estilo de vida saudável, com yoga e restaurantes naturebas para todos os lados, tudo isso aliado à forte espiritualidade hindu. Simplesmente, não poderia mais esperar para ir, era caso de vida ou morte.
Tanto fiz e insisti que convenci meu marido a antecipar nosso Réveillon, chegar a Hong Kong, largar as malas e correr para esse paraíso na terra logo no dia seguinte.
É fato que o estado físico afeta a qualidade das nossas experiências e o jet lag me deixou irritada, cansada e sem energia durante os primeiros cinco dias. Chegamos a Ubud, local menos turístico, mais selvagem e zen da ilha. Amei a experiência no Bambu Indah, hotel sustentável, imerso entre a floresta, o rio e os famosos arrozais.
Apesar de cansada, queria conhecer tudo o que tinha visto e pesquisado. A ilha é enorme e, para ir de uma atração para outra, na mesma região, gasta-se uns 40 minutos de carro. Confesso que fiquei um pouco decepcionada com o lugar da famosa foto do balanço e da cachoeira que nas imagens parecia selvagem e preservado (foto abaixo). Botei a culpa no cansaço e fiquei firme na missão.
O outro dia foi maravilhoso, porque tivemos a companhia de uma brasileira que mora na ilha há 28 anos e que nos ciceroneou, inclusive entrando em contato com o sacerdote do templo em que sonhávamos nos casar, proporcionando, assim, a realização deste sonho (foto abaixo). Sentimos que, finalmente, tínhamos nos conectado à ilha e mal podíamos esperar pelo próximo destino, na descolada praia de Canggu.
Alugamos um quarto na vila de uma família italiana, cuja arquitetura e design me atraíram fatalmente. Uns chalés em estilo boho-chic-rústico de muito bom gosto. O que não podia prever era que a estrutura aberta e o calor úmido de 30 graus deixariam qualquer ar-condicionado inoperante. Me apeguei ao ventilador de teto e às centenas de opções de lojas super cool, restaurantes e lanchonetes com conceitos raw, vegan e orgânico, lojas de produtos naturais e bares de praias super descolados.
Novamente, me decepcionei com a praia que, nas fotos, parecia um sonho. Comecei a querer concluir que Bali era fotogênica e que eu, talvez, tivesse escolhido a pior época para ir. Tínhamos ainda três dias que deixamos para decidir lá. Sinto que o planejamento tem se tornado ineficaz nas nossas viagens. Em experiências prévias e principalmente nessa, tiramos mais vantagem com as decisões de última hora. Não deu outra: foram os melhores dias.
Conseguimos uma tarifa promocional no hotel dos sonhos e finalmente conhecemos uma praia linda, como nas fotos, e tivemos um dia ótimo, para Instagram nenhum botar defeito — praia-música-comida-bebida na medida certa. Era como se a cidade estivesse me dizendo: pensa que vai sair daqui com essa impressão? Calma, que eu vou te mostrar. E mostrou tanto, que eu quero voltar para conhecer as famosas ilhas. Mal posso esperar pelo próximo destino, só que, desta vez, sem muito planejamento, só no “flow”.
PS: Nota um milhão para a calorosa receptividade dos balineses. Não importa a situação, nos surpreendem sempre com um sorriso vindo lá do coração. Suksema!
Fonte: Metrópoles
Créditos: Bela Lima