Três pessoas morreram, sendo uma delas decapitada, e várias outras ficaram feridas em um ataque a faca na manhã de hoje, 29, nas proximidades da basílica de Notre Dame, no centro da cidade francesa de Nice. O agressor foi preso, de acordo com fontes policiais e a prefeitura local.
De acordo com a rede britânica BBC, o prefeito da cidade, Christian Estrosi, disse que tudo apontava para um “ataque terrorista”. A unidade antiterrorista do Ministério Público francês abriu uma investigação sobre o ataque. Segundo o prefeito, o suspeito “repetiu indefinidamente ‘Allahu Akbar’ (Alá é o maior) quando estava sendo tratado no local”.
O novo ataque acontece duas semanas após a decapitação do professor Samuel Paty, na região de Paris, que provocou comoção nacional. Não está claro o motivo do ataque em Nice ou se há relação com a morte de Paty, mas Estrosi lembrou a decapitação e falou que a França precisa “eliminar o islamofascismo”.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou uma “reunião de crise” com a participação do presidente Emmanuel Macron. Em seguida, ele viajará a Nice. Darmanin também pediu que a população evite o local e siga a orientação das autoridades.
Estrosi contou que falou por telefone com Macron após o ataque e que ele irá à cidade. “Falei com o Presidente da República ao telefone que agradeceu à polícia de Nice e a todas as forças de segurança e pediu-me que passasse ao povo de Nice, para onde irá no final da manhã, todo o seu apoio”, escreveu.
Os deputados franceses, que debatiam um novo confinamento nacional decidido na véspera e que entrará em vigor nesta quinta-feira à meia-noite, respeitaram um minuto de silêncio quando foram informados sobre o ataque. O primeiro-ministro, Jean Castex, que estava presente na Assembleia Nacional, abandonou o Parlamento ao receber a notícia.
Nice, uma cidade de pouco mais de 500 mil habitantes, foi cenário em 14 de julho de 2016 de um ataque que deixou 86 mortos no Dia da Festa Nacional, ou Dia da Bastilha.
Morte de professor
O professor Samuel Paty, de 47 anos, foi morto no último dia 16 após mostrar caricaturas do profeta Maomé em uma aula sobre a liberdade de expressão. Pouco depois de deixar a escola onde trabalhava na pequena cidade de Conflans-Saint-Honorine, em Yvelines, na região parisiense, por volta das 17h, o educador foi decapitado por um terrorista, um jovem de 18 anos de origem chechena.
Paty levou à sala de aula uma caricatura publicada no jornal Charlie Hebdo para explicar aos alunos sobre aquela que é um dos pilares da República francesa, a liberdade de expressão. No mês passado, duas pessoas ficaram gravemente feridas em um ataque a faca perto do antigo escritório do Charlie Hebdo, em Paris. A agressão coincidiu com o julgamento do atentado de 2015 contra a redação do veículo.
Na semana passada, durante uma homenagem ao professor Paty na Sorbonne, Macron defendeu a liberdade de expressão e o uso de caricaturas satíricas. Desde então, vários países muçulmanos, como a Turquia, tem endurecido o tom de crítica e alimentado um boicote à França.
* Com informações da AFP e RFI.
Fonte: UOL
Créditos: Polêmica Paraíba