Os Estados Unidos convenceram a Armênia e o Azerbaijão a respeitar um cessar-fogo no conflito de Nagorno-Karabakh a partir desta segunda-feira, revelou neste domingo (25) a diplomacia americana.
O vice-secretário de Estado americano, Stephen Biegun, se reuniu no sábado com os ministros das Relações Exteriores dos dois países inimigos. Representantes de Rússia e França também participaram da mediação — ambos compõem o Grupo de Minsk, que tenta encontrar uma solução para Nagorno-Karabakh desde os anos 1990.
A nota do governo americano explicou que o cessar-fogo entrará em vigor a partir das 8h local (1h de Brasília) de segunda-feira. Será a segunda tentativa de uma trégua: o acordo anterior, do início do mês, não impediu novos confrontos entre forças da Armênia e do Azerbaijão.
As tensões atuais em Nagorno-Karabakh, reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas controlado por separatistas armênios, começaram em 27 de setembro. Os dois países se acusam mutualmente de atacar a população civil desde o início das hostilidades.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, encontrou-se separadamente com os chanceleres da Armênia e do Azerbaijão na sexta-feira, insistindo que “ponham um fim à violência” para “proteger os civis”.
Pelas redes sociais, o presidente Donald Trump comemorou a mediação dos EUA no acordo entre armênios e azeris.
“Parabéns ao primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, e ao presidente azeri, Ilham Aliyev, que acabaram de concordar em aderir a um cessar-fogo efetivo à meia-noite. Muitas vidas serão salvas”, escreveu Trump.
Conflito em Nagorno-Karabakh
Soldados do Azerbaijão e forças separatistas pró-Armênia que controlam Nagorno-Karabakh, região conhecida também como Artsakh, entraram em conflito em 27 de setembro. Foi a pior série de confrontos desde a guerra travada entre 1988 e 1994, quando dezenas de milhares de pessoas morreram na disputa territorial.
Os dois lados se acusaram mutuamente pelo começo das hostilidades. O Azerbaijão tenta retomar o controle da região, que formalmente fica em território azeri, enquanto a Armênia quer manter o status autônomo da área acordado desde a década de 1990 pelos países do Grupo de Minsk: Rússia, Estados Unidos e França.
A Armênia acusa o Azerbaijão de atacar civis e edifícios religiosos. Uma catedral foi bombardeada na quinta-feira, ferindo dois jornalistas russos, segundo autoridades armênias.
De um lado, armênios argumentam que são a maioria étnica e, por autodeterminação dos povos, têm direito ao controle de Nagorno-Karabakh. Do outro, os azeris entendem que também têm aquela região como parte do território histórico do Azerbaijão.
Fonte: G1
Créditos: G1