Em meio à turbulência que vive o futebol paraibano, a CBF decretou a intervenção na Federação do Estado (FPF). A decisão foi tomada no dia 11 de maio (sexta-feira), mas só se tornou pública dois dias depois, no domingo, quando a intervenção foi divulgada com exclusividade pelo Fantástico. Na ocasião, o nome de um dos auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Boson Gambogi, foi confirmado para cuidar da entidade paraibana.
No entanto, Gambogi assumiu o comando apenas na última quinta-feira e está há uma semana como condutor das atividades da FPF. Dentro do período, em meio há muito silêncio, decisões minuciosas e importantes já foram realizadas, mas ainda há trabalho a ser feito.
Designado pela Comissão de Ética da CBF, Flávio Boson Gambogi chegou em João Pessoa e foi para uma reunião realizada na sede da FPF, onde notificou pessoalmente o então presidente Amadeu Rodrigues, que é um dos alvos das investigações, sobre o seu afastamento.
Além disso, o interventor também esteve na sede da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil para inteirar-se sobre as investigações que apuram um esquema de corrupção no futebol paraibano. O dirigente mineiro conversou com o delegado Lucas Sá, principal nome à frente da operação policial, na última segunda-feira.
Dentro da sua primeira semana de trabalho, o ato mais representativo do interventor foi a deposição da nova Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (Ceaf-PB), que havia sido nomeada por Amadeu Rodrigues há pouco mais de um mês. A Ceaf-PB vinha sendo comandada pelo coronel Marcos Sobreira e pelo major Juceilton Soares, respectivamente presidente e vice-presidente, em substituição a José Renato Soares, que também vem sendo investigado e contra o qual pesam algumas evidências de participação na manipulação de resultados de jogos através da compra de árbitros.
Foi por meio de sua assessoria de imprensa que Flávio Boson Gambogi anunciou o afastamento dos dirigentes da Ceaf-PB. E, até então, ainda não foi divulgado se haverá novos nomes dentro do período da intervenção. Outras mudanças ainda podem estar por vir. Isso porque o interventor – que integra a 5ª Comissão Disciplinar do STJD, mas está licenciado – deverá ser mantido à frente da FPF até que as investigações sejam concluídas.
Ainda segundo a assessoria de imprensa do interventor, a entidade segue em ritmo intenso e normal de trabalho para manter o futebol paraibano vivo e tentar afastar a névoa negativa que encobre a prática do esporte profissional no Estado.
Além de analisar o andamento do processo da operação policial, Gambogi – que ainda não se pronunciou diretamente à imprensa – tem ainda como tarefa organizar e viabilizar a realização do Campeonato Paraibano Sub-19, competição que classifica o campeão para a participação na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019. Mesmo tendo data de estreia marcada para o próximo sábado, a competição ainda está rodeada de incertezas, já que a FPF não divulgou o regulamento e nem tabela completa da competição.
Mantendo o distanciamento do público – até para ter mais tranquilidade para executar o seu trabalho -, Gambogi esteve nessa quarta-feira no Estádio da Graça, em João Pessoa, acompanhando a partida do Botafogo-PB contra o São Gonçalo-CE, pela Série A2 do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino. Sentado nas arquibancadas, manteve a sua postura de não falar com a imprensa. Isso já é mais um indício de que, pelo menos, o dirigente está circulando no meio. Mas uma semana ainda é pouco para saber que impacto o trabalho do interventor vai ter no futebol paraibano. Os próximos dias hão de falar mais sobre essa direção interina na FPF.
Fonte: Globo Esporte Paraíba
Créditos: Globo Esporte Paraíba