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Tratando de doença incurável, Maguila conhece netas em clínica

Ex-boxeador faz tratamento contra encefalopatia traumática crônica (ETC), também conhecida como "demência pugilística", causada ao longo da carreira.

O ex-boxeador José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, conheceu duas netas, de 11 e 14 anos, no último sábado. Com distanciamento e máscaras para evitar a Covid-19, a visita dos parentes foi na clínica terapêutica onde ele está internado, em Itu, no interior de São Paulo.

O ex-atleta de 62 anos faz na instituição o tratamento da encefalopatia traumática crônica (ETC), também conhecida como demência pugilística. Segundo a esposa, Irani Pinheiros da Silva dos Santos, todos os protocolos de segurança são seguidos para que se evite a contaminação.

O encontro com a nora, o filho, as três netas e o cachorrinho Dongo foi registrado em vídeo. Nele, Maguila conversa com a família e faz uma brincadeira: “Logo, logo quero bisneto”, disse.

O registro foi feito pelo jornalista Fernando Tucori, que acompanha o paciente desde 2016 e o vê a cada 15 dias para a produção de um livro, que irá contar a vida pessoal e a carreira. A previsão de lançamento é 2021 e o título deverá ter o nome “Maguila”.

Em 2018, um vídeo repercutiu nas redes sociais. Na época, Maguila afirmava que a esposa e a instituição o proibiam de deixar o complexo. Irani afirmou que entrou com um processo para que o material seja retirado das redes sociais.

O rapaz que filmou, segundo Irani, teria pedido dinheiro à instituição para não publicar o material. Na ocasião do registro do suspeito, Maguila não estava medicado e não se lembrava de ter gravado.

Segundo a esposa, o rapaz teria dito as palavras e falado para o ex-pugilista repeti-las. A família do interno, que já deixou a instituição, teria levado um celular escondido para ele durante uma visita.

O espaço onde o ex-atleta está tem 36 mil metros quadrados e se parece com um sítio. Maguila chegou ao local em uma maca em situação crítica, alimentando-se por sonda. O estado era considerado terminal pelos médicos.

A sobrevivência dependia da mudança no tratamento, reabilitação do organismo e contenção das avarias em seu cérebro, condenado após uma carreira toda dedicada ao boxe.

O programa Esporte Espetacular da TV Globo esteve nas instalações e conversou com o sergipano. Na ocasião, os médicos explicaram que o paciente era submetido diariamente a sessões de fisioterapia e tomava inúmeros remédios para frear a ETC.

Antes de chegar ao centro em Itu, ele ficou dois anos internado na Santa Casa de São Paulo, prejudicado por uma pneumonia. Depois da alta, permaneceu um ano em casa, enfraquecido e com pouco contato com o mundo.

Sobre a rotina de Maguila, o terapeuta Pales Campos explicou, anteriormente, que ele necessita de medicação, recebe visitas toda semana e tem acompanhamento médico 24 horas por dia.

Fonte: GE
Créditos: GE