O técnico do Atalanta, Gian Piero Gasperini, revelou que sentiu vários dos sintomas provocados pelo novo coronavírus no dia em que sua equipe enfrentou e venceu o Valencia por 4 a 3, no confronto de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa. O duelo foi disputado na Espanha, no dia 10 de março, sem torcida no estádio, devido à pandemia.
Em entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, Gasperini contou que começou a passar mal um dia antes do jogo na Espanha. O italiano disse que se sentiu “destruído” e que nos dias seguintes à partida mal conseguiu dormir.
“Alguns dias atrás eu recebi os testes que confirmaram que tinha a doença (covid-19). Recordo que no dia da partida eu estava muito doente. No banco eu estava com uma aparência ruim. Eu não estava com febre, mas me sentia destruído e como se tivesse febre de 40 graus”, explicou.
O treinador afirmou que as dores pioraram assim que regressou à Itália, primeiro epicentro da doença na Europa, e que se sentia “em pedaços”. A perspectiva de ser internado em um hospital em Bérgamo, àquela época lotado de pessoas infectadas pelo vírus, o fez temer pela sua vida.
“Me sentia em pedaços. A cada dos minutos passava uma ambulância, parecia guerra. Eu pensava: ‘se vou ao hospital, o que vai acontecer comigo'”?, recordou o comandante da Atalanta, que também lembrou que a doença o fez perder o olfato e o paladar.
Recentemente, especialistas apontaram que o primeiro duelo entre Atalanta e Valência, disputado em 19 de fevereiro, em Milão, com mais de 40 mil torcedores no San Siro, ajudou consideravelmente a espalhar o vírus no norte da Itália, que, assim como a Espanha, foi um dos países mais afetados pela doença no mundo. O prefeito de Bérgamo, Giorgio Gori, chamou a partida de “bomba biológica”.
A Atalanta venceu os dois encontros com o Valência e avançou às quartas de final da Liga dos Campeões. Depois, não entrou mais em campo, já que as competições foram suspensas. O Campeonato Italiano recebeu aval das autoridades e será retomado no dia 20 de junho.
“Alguns acreditam que voltar ao campo é imoral depois do que aconteceu e sob o risco de acontecer novamente. Mas é a único maneira de voltar ao normal”, opinou Gasparini. “A Atalanta pode ajudar Bérgamo a se recuperar, respeitando a dor e as pessoas”.
Fonte: Portal Terra
Créditos: Portal Terra