Com muita festa, a seleção brasileira feminina de futebol foi recebida na manhã desta terça-feira em sua chegada ao Brasil. Na véspera do desembarque da equipe, eliminada pela França nas oitavas de final da Copa do Mundo, foi criado um grupo de WhatsApp que chegou a ter a participação de 270 pessoas.
Fiquei surpresa. Nem quando ganhei medalha nos Jogos Olímpicos tinha tanta gente para receber a seleção — espantou-se a atacante Cristiane, a primeira da delegação brasileira a desembarcar no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Um grupo de torcedoras fretou dois ônibus que partiu a meia-noite da Praça da República, na região central de São Paulo. Cerca de 90 pessoas passaram a noite no aeroporto esperando as atletas, cujo primeiro grupo desembarcou por volta de 6h.
A delegação foi recebida por gritos de apoio exaltando o espaço ocupado pelo futebol feminino no país e criticando o preconceito: “Qual é? Qual é? Futebol não é pra mulher. Eu vou mostrar pra você, Mané. Bota a bola no meu pé.”
— O futebol feminino sonha com esse carinho todo. Fica o sentimento de gratidão — comentou a atacante Ludmila.
Do grupo que disputou o Mundial, a atacante Marta, principal estrela da seleção brasileira, já tinha dado o recado de que sua geração está se despedindo da equipe nacional. Cristiane, na mesma linha, afirmou que foi seu último Mundial.
— Mesmo que leve um tempo para a renovação da seleção, a gente precisa de um trabalho a longo prazo. Temos que ter uma continuidade do trabalho na seleção. Neste ano foi minha última Copa, da Fu [Formiga]. Ano que vem é minha última Olimpíada. A gente não sabe como é que vai ser — afirmou a atacante.
O técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, por sua vez, fez um balanço positivo da campanha, apesar da eliminação precoce.
— A Copa é uma competição que depois que você passa da primeira fase é um jogo só. E a gente acabou perdendo para a França. Tivemos a chance de vencer. Depois, infelizmente tomamos um gol de bola parada. O resultado técnico dentro do campo foi bom. O resultado acho que foi ruim — afirmou o treinador.
Vadão ainda não sabe sobre a continuidade de seu trabalho à frente da equipe.
— Com calma, como é o padrão na CBF, não se precipitar em nada, vamos esperar o que vai acontecer. Minha expectativa é sempre pela permanência. Quando a gente assumiu o compromisso pela segunda vez, a gente tem um ciclo do Mundial e da Olimpíada — disse o treinador.
Fonte: Extra
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