O Comitê Olímpico do Brasil (COB) vive momento crucial na preparação voltada aos Jogos de Tóquio, ao mesmo tempo em que projeta tempos difíceis diante da ameaça de cortes no orçamento federal para os esportes em 2020.
A proposta de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020 enviada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional é de R$ 220 milhões para a área, a serem aplicados em programas como o Bolsa Atleta, por exemplo. Despesas operacionais não estão incluídas na conta. Trata-se de uma queda de 49% em relação a 2019, quando a projeção indicava R$ 431 milhões.
Como recebe recursos das loterias federais por lei e conta com outras fontes de renda para abastecer o alto rendimento, o COB não será afetado no curto prazo. Mas o presidente Paulo Wanderley, em entrevista ao LANCE!, admite que existe um alerta sobre os próximos anos.
– O futuro do esporte nos chama a atenção – afirmou o dirigente.
Que impactos o senhor prevê em relação à proposta de Lei Orçamentária do governo federal para o esporte em 2020, com a redução pela metade dos recursos de 2019?
A responsabilidade do COB com o esporte de alto rendimento independe da Lei Orçamentária. Mas serão afetados os projetos voltados para o Bolsa Atleta, Bolsa Pódio e os de apoio ao esporte de base. Como a responsabilidade com a base é do governo federal, nosso futuro esportivo estará obviamente ameaçado com a restrição financeira.
O Brasil foi segundo colocado no Pan de Lima, com recorde de medalhas. No ciclo olímpico, o país está conseguindo resultados expressivos, mesmo após a seca de investimentos da Rio-2016. Por outro lado, é difícil crer em renovação. Como o senhor vê o futuro do esporte por aqui?
O futuro do esporte nos chama a atenção. Já identificamos problemas a médio e longo prazos em relação à renovação das equipes. É necessário o esforço de todos do segmento esportivo para que tenhamos investimentos que possibilitem o surgimento de novos valores para integrar as equipes olímpicas. Além disso, pensa-se muito em surgimento, mas temos atletas já identificados que precisam também de suporte para atingir o alto rendimento. Precisamos da junção de iniciativas do COB, dos clubes, do Ministério da Cidadania, das Confederações, das secretarias esporte dos Municípios e dos Estados, dos patrocinadores, enfim, de todos que participam do sistema e que possam dar suporte, promover o esporte de forma que os programas tenham sustentabilidade, consistência técnica, eficiência e continuidade.
Fonte: Terra Esportes
Créditos: Polêmica Paraíba