O desmanche de 2016 no Corinthians não consumiu apenas jogadores, mas também desmontou aquilo que o clube tinha como um de seus pontos chave: a comissão técnica. Por isso, na planilha de prioridades do gerente de futebol Alessandro, reconstruir essa estrutura profissional é uma necessidade clara para a temporada que se inicia em breve.
Duas providências foram tomadas após a efetivação de Fábio Carille como treinador: as contratações do auxiliar técnico Leandro ‘Cuca’ da Silva e do preparador físico Walmir Cruz. A importância de ambos para a temporada 2017 é maior do que se pode imaginar, em especial de Walmir.
Internamente, a pouca mobilização dentro da comissão técnica foi razão de críticas dentro do CT Joaquim Grava na reta final do Brasileirão 2016. Alguns membros do corpo de profissionais saíram de férias antes da conclusão do torneio, em razão do adiamento da última rodada. A sensação de alguns jogadores e funcionários é de que faltou foco no objetivo de Copa Libertadores para a partida contra o Cruzeiro.
Depois da breve passagem de Ricardo Henriques, preparador levado por Oswaldo de Oliveira, Walmir Cruz assume a parte física e também o comando do grupo de atletas. Dentro do organograma de trabalho de Tite, era Fábio Mahseredjian, o preparador dos últimos anos, aquele com maior ascendência sobre jogadores e outros membros da comissão. Quem trabalhou com Walmir identifica nele a capacidade de exercer um papel semelhante.
“São perfis muito parecidos”, conta Carille a respeito de seu novo preparador e de Mahseredjian, hoje integralmente na seleção. “Posso falar tranquilamente porque trabalhei com os dois. O Fábio lida muito bem com o grupo e o grupo sabe respeitar bem ele. O Walmir também. Quando cheguei aqui, a gente tinha um grupo experiente, de William, Ronaldo, entre outros, e ele levou todos muito bem. Fiz essa escolha também baseado no relacionamento dele com atletas”, acrescenta o novo treinador ao UOL Esporte.
Os dois períodos em que Fábio Carille comandou o Corinthians – antes e depois de Cristóvão Borges – foram marcados por espécie de solidão. Cléber Xavier e Matheus Bachi foram com Tite à seleção, e Carille teve apenas o auxiliar Fernando Lázaro, chefe da análise de desempenho, como escudeiro. A falta de profissionais fez até com que Mauro da Silva, observador técnico, fosse a campo para participar de treinamentos. Por isso, o reforço de Leandro da Silva, mais conhecido como Cuca.
Ele foi indicado justamente por Fábio Carille, de quem é amigo pessoal e com quem jogou em seis clubes diferentes. “Em 2001, estivemos juntos no Juventus e amadureceu a ideia de criarmos uma comissão. Seguimos caminhos diferentes, mas as ideias de jogar batiam. Ele fez estágios no Corinthians. Conheço muito bem, é da minha confiança e ele também se preparou para esse momento. Somos abençoados”, conta o treinador.
“Ele tem uma linha de trabalho bem definida”, explica Cuca. “Vou procurar também o que tenho em mente e se encaixa no que ele pensa. Vamos otimizar o que ele tem de bom. O clube já tem uma base, vamos fazer ela funcionar em termos coletivos. Quando o Fábio assumiu, acompanhei tudo para poder trocar ideias com ele. Na passagem como treinador, ele conseguiu ter uma defesa sólida, equilíbrio entre os setores, colocou o que ele pensa”, diz.
Leandro da Silva passou por J Malucelli-PR, Rio Branco-PR, Volta Redonda, Paraná Clube, Figueirense e estava no Vila Nova. Além dele, Carille terá reforço na comissão técnica de 2017 após a Copa São Paulo: o treinador Osmar Loss sai do Sub-20 para o profissional com missões claras de dar maior corpo à equipe e auxiliar na afirmação dos jovens jogadores.
Fonte: Uol Esportes