A Copa é considerada por muitos o principal evento esportivo mundial. De quatro em quatro anos, milhares de pessoas viajam para assistir os jogos em solo estrangeiro.
Em 2022 tivemos o primeiro torneio em um país do Oriente Médio. A Copa no Catar vem tendo jogos de bom nível, mesmo envolto em denúncias de corrupção e de falta de respeito aos direitos humanos.
Onde tem Brasil, tem Paraíba. Matheus Montenegro e Diego Lima estão acompanhando o Mundial e nos contam nesta matéria como conseguiram ir para o Catar e estar ao lado da seleção em todos os jogos até agora.
Matheus é dono de uma página no instagram com mais de 30 mil seguidores, chamada Um Torcedor pelo Mundo, por onde já assistiu mais de 300 jogos em 24 países. “É muito gratificante ver o crescimento da página, ela foi criada em 2020, enquanto eu estudava na Europa. Quando eu cheguei ao Catar, eu tinha 14 mil seguidores, que já é um número legal, mas em menos de um mês aqui, eu consegui dobrar meu número de seguidores e isso é a prova que estou fazendo um bom trabalho. A melhor parte é ouvir as pessoas dizendo que se inspiram no que eu faço e poder mostrar para todos, que você pode se divertir sem precisar dos luxos e do dinheiro que normalmente se pensa por aí”.
Diego é juiz na cidade de Palmares em Pernambuco e nos diz como foi planejar a ida para sua terceira copa seguida, ” Eu fiz o mesmo esquema, quando acabou a Copa do Brasil, eu comecei a planejar a da Rússia e quando acabou a da Rússia, eu iniciei meu planejamento pensando no Catar. Efetivamente eu e mais três amigos começamos a pensar em passagens e ingressos no ano passado, compramos as passagens em Dezembro de 2021 e os ingressos eu consegui no site da Fifa, mas não foi tudo de uma vez, foram 13 jogos no total, com cinco destes sendo do Brasil”.
Os dois nos relatam como estão sendo os gastos em um dos países mais ricos do mundo, ” O planejamento financeiro é o mesmo da Rússia, eu até estou gastando menos que na Rússia, pois a alimentação aqui é bem barata, mas quando eu vou beber, eu acabo gastando um pouco a mais, pois a bebida alcoólica é algo difícil de achar e bem mais caro que no Brasil, mas nada que prejudique meu orçamento” afirma Diego.
Matheus conseguiu um trabalho de voluntário da Fifa o que ajudou a diminuir os gastos, ” Eu apliquei a minha inscrição para o processo de voluntários em março, foi um processo bem demorado e eu só fui receber uma primeira resposta em julho. No mesmo mês me chamaram para uma entrevista de vídeo, onde querem nos conhecer melhor, testar o nosso nível de inglês, se você é uma pessoa comunicativa. Eu acho que para conseguir uma chance dessas é mais pelo seu jeito de ser, de como você recepciona as pessoas, esse tipo de coisa. Graças ao voluntariado eu consegui acomodação gratuita, com isso eu posso gastar meu dinheiro só no futebol, eu tento economizar ao máximo em outras coisas, para ter a melhor experiência possível”.
Matheus e Diego são torcedores fanáticos do Botafogo-PB e demonstram esse amor, trajando as cores do time por todo o Catar, ” O belo é meu amor, minha paixão. Eu já moro em Pernambuco desde 2007, mas eu acompanho o time, vi quase todos os jogos ano passado. Levei a bandeira do Botafogo na Copa de 2014, 2018, nas Olímpiadas do Rio, na Copa América e é muito legal aparecer nas câmeras e canais de todo o mundo com as cores do time que amo” relata Diego.
Os dois tem planejamentos distintos para o prosseguimento do Mundial, ” O meu projeto era ver jogos em todos os estádios da Copa e levar conteúdo que englobasse outras seleções. Eu preferi prezar pela maior quantidade de jogos, pagando pouco pelos ingressos, ao invés de pegar jogos caríssimos, com preços exorbitantes. Consegui ver os jogos do Brasil na primeira fase, mas nas oitavas eu estarei voltando para a Paraíba, pois eu não tenho condições de me manter até a final, onde o preço das passagens sobe absurdamente” afirma Matheus.
Diego tem passagem para depois da final e espera conseguir os ingressos para assistir a decisão, ” Eu tenho passagem para depois da final, mas eu ainda não tenho os ingressos dela e da semifinal. Se eu não conseguir os ingressos logo após as oitavas, eu devo voltar ao Brasil, pois iria ficar muito mais caro pra voltar e eu prefiro assistir em casa, com meus parentes e amigos”.
Fonte: Vitor Azevêdo
Créditos: Polêmica Paraíba