As gotas de suor do escaldante calor de Barranquilla, palco de Colômbia 1×1 Brasil, mal secaram no rosto de Tite, e ele já tem que elaborar uma nova lista de convocados. São no máximo 10 dias. Até 15 de setembro, o técnico anunciará os escolhidos para os jogos de outubro, contra Bolívia e Chile.
Na contagem regressiva para a Copa do Mundo – faltam seis partidas até a convocação final –, Tite tem algumas missões. A principal delas, talvez, seja ampliar o leque de opções que podem ser soluções para ganhar jogos.
No empate da última terça-feira, a terceira substituição só foi feita porque Thiago Silva sentiu cãibras no minuto final. Senão, teriam entrado apenas Gabriel Jesus e Philippe Coutinho, que, em condições normais de pressão e temperatura, são titulares.
Nas 10 partidas da Seleção de Tite nas eliminatórias, a maioria delas se resolveu ou, no mínimo, foi encaminhada rapidamente. Nas outras, quando precisou, ele recorreu sempre aos mesmos atletas: aquele que estivesse no banco entre Coutinho e Willian, e dessa vez Jesus.
Para deixar bem claro. Na semana passada, contra o Equador, Coutinho entrou para que o Brasil ganhasse o jogo. Deu certo. Luan entrou depois, com o jogo ganho. Na Colômbia, Coutinho e Jesus entraram para que a vitória viesse. Não veio. E ninguém mais entrou.
É exagerado e injusto dizer que Tite não confia em seus suplentes. Taison e Giuliano, por exemplo, estão em sua mais alta conta há muitos anos. Luan tem sua admiração, bem como Diego. Firmino já recebeu uma chuva de elogios, mas foi titular em três dos últimos quatro jogos das eliminatórias e, apesar da movimentação inteligente, pouco machucou os rivais.
Mas o Brasil precisa criar, ou com eles ou com outros, novas maneiras de vencer. Tite acertou ao escalar Fernandinho e Firmino para tentar fortalecer seu provável grupo da Copa. Ele precisa ter mais do que 15 ou 16 atletas que possam atuar em quaisquer circunstâncias, principalmente no setor ofensivo.
Nota-se nas mais poderosas seleções do mundo, Alemanha e Espanha, uma naturalidade maior na hora de usar peças variadas e não perder nem padrão de jogo nem poder de decisão.
Tite tem apenas um ano de trabalho numa equipe cheia de rupturas, é mais difícil alcançar essa etapa. Joachim Löw comanda a atual campeã mundial há 11 anos.
Hoje, sabemos que se o Brasil não estiver vencendo, pode usar Coutinho no meio, com Willian e Neymar abertos, e Jesus à frente. Daqui a nove meses, tanto melhor será se ficarmos na dúvida sobre que solução será encontrada para mudar os rumos de uma partida.
Até a próxima convocação, Tite só terá para observar a primeira final da Copa do Brasil, uma rodada do Campeonato Brasileiro, outra das ligas europeias e a inicial da Liga dos Campeões. É pouco, o que nos leva a crer na repetição de imensa maioria dos últimos convocados.
Além de novas soluções, fica a curiosidade sobre vagas ainda indefinidas. Dar sequência a Cássio, Rodrigo Caio, Taison e Luan, ou aproveitar para observar mais gente?
As respostas virão na semana que vem.
Créditos: Globo Esporte